#MáscaraParaTodos. Médicos defendem uso de máscaras em espaços públicos, mesmo feitas em casa

Movimento promovido por médicos e associações chama a atenção para as vantagens do uso de máscaras de proteção para prevenir a propagação do vírus

Médicos e associações juntaram-se para lançar um movimento que promove a utilização generalizada de máscaras de proteção em espaços públicos para evitar a propagação da covid-19. "Esta é uma medida que a esmagadora maioria dos países ocidentais, ao contrário do que se verifica em países como a China, Singapura, Taiwan, Coreia do Sul e Japão, ainda não aplicou. A explicação é simples: a escassez de máscaras de protecção leva a que devamos preservar os stocks para quem deles mais necessita: os profissionais de saúde. Mas tal não é incompatível com a distribuição, entre a população, de máscaras de efeito preventivo equivalente às das máscaras cirúrgicas", defendem os promotores da campanha Máscara Para Todos, liderada por Fausto Pinto, presidente do Conselho Nacional de Escolas Médicas, o pneumologista Filipe Froes, o bastonário da Ordem dos Médicos Miguel Guimarães e Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública.

Na página de apresentação da campanha, os responsáveis argumentam que a utilização de máscaras cirúrgicas, menos diferenciadas, não serve para limitar a inalação mas antes para prevenir a emissão e difusão de partículas por parte de qualquer pessoa infectada ou potencialmente infectada, que pode não ter sintomas. "Ou seja, se formos portadores de uma máscara cirúrgica, bem colocada e manuseada, estamos a proteger aqueles que nos rodeiam. E se todos o fizermos sempre que circulamos em público, estamos a proteger-nos uns aos outros", defende o movimento Máscara Para Todos, considerando que "da mesma forma que deve ser generalizada a utilização de máscaras em meio hospitalar, deve ser recomendado o seu uso na comunidade, sem nunca dispensar o distanciamento social, a etiqueta respiratória ou a lavagem frequente das mãos."

Admitindo que, devido à limitação de stocks, o uso de máscaras descartáveis por toda a população "não é solução", o movimento considera que a estratégia deve passar por "motivar a sociedade civil a produzir e distribuir máscaras de fabrico caseiro", dando o exemplo da República Checa, "com um programa cujo sucesso levou à utilização quase universal de máscaras individuais e reutilizáveis, num programa alicerçado num movimento de cidadãos com apoio da comunidade médica".