INEM recebia em média 3800 chamadas diárias antes da pandemia. Hoje recebe menos 500 chamadas por dia

António Sales voltou a sublinhar que é importante que os doentes não covid não deixem de recorrer ao SNS e recorrer ao INEM. 

António Sales fez, esta quarta-feira, o balanço diário da DGS sobre a evolução da covid-19 no país. Há 18.091 casos do novo coronavírus confirmados em Portugal, mais 643 do que no dia de ontem, o que representa um aumento de 3.7%.

1.200 pacientes estão internados, dos quais 208 se encontram em Unidades de Cuidados Intensivos.  383 pacientes recuperaram do novo coronavírus, mais 36 casos que ontem. Do total de pessoas infetadas, 15.909 encontram-se em tratamento domicilar, o que representa 87.9% dos total de casos.

Foram registados ainda 599 óbitos. A taxa de letalidade global é de 3.3% Em pessoas com mais de 70 anos, é de 11.7%. A taxa de mortalidade covid-19 é de 5,5 em cada cem mil habitantes em Portugal. "É uma taxa inferior ao da maioria dos países da Europa, à exceção de Alemanha e Áustria", afirma o secretário de Estado da Saúde.

"Contabilizamos como mortalidade covid todos os casos de doentes covid que venham a morrer, independentemente de terem outras doenças. Por isso, a nossa taxa de mortalidade é um pouco elevada" esclarece o subdiretor geral da Saúde.

Desde o dia 1 de março foram realizados mais de 200 mil testes em todo o país, sublinha o secretário de Estado da Saúde. 1.035.000 testes encontram-se em stock e foram distribuidos mais 265 mil testes pelas 5 administrações regionais de saúde e as 2 regioes autónomas, esta semana. 45% dos kits foram distribuídos pela região Norte,30% pela região de Lisboa e Vale do Tejo, e os restantes foram distribuídos pelas outras administrações regionais.

António Sales voltou a sublinhar que é importante que os doentes não covid não deixem de recorrer ao SNS e recorrer ao INEM. "Antes da pandemia, o Centro de Orientação de Doentes recebia em média 3800 chamadas diárias, hoje recebe menos 500 chamadas por dia", alerta o secretário da Saúde.

Todos os profissionais do INEM que foram infetados pela covid-19 encontram-se recuperados ou estáveis, de acordo com o presidente do INEM, Luís Meira, que voltou a sublinhar "que está estabelecida a segurança de intervenção" por parte dos profissionais em doentes não covid. "É importante que as pessoas que tenham efetivamente necessidade de assistencia médica não adiem o contacto com o SNS24 nem com o 112" aponta.

António Sales afirma que apesar de "o país ter uma curva em planalto", graças ao "excelente comportamento e do excelente sinal de civismo dos portugueses" é necessário ser cautelosos. "Não nos comparamos com outros países. Esta é uma batalha global" sublinha. Questionado sobre se Portugal irá ter um cenário diferente do vivido em Espanha e Itália, Diogo Cruz sublinha, como António Sales, que devemos ser cautelosos e continuarmos a cumprir as medidas da DGS. "Parece que estamos numa fase mais tranquila, mas temos de ser cautelosos. O nosso objetivo é que amanhã seja um melhor dia do que hoje", afirma.

"Têm saido inúmeros ensaios com uma robustez que não é a desejável, pois estão a ser realizados em cima do acontecido. Tem sido vinculado que a vacina da VCG poderá ajudar a dar uma maior imunidade a esta doença e temos estar a acompanhar isso", aponta Diogo Cruz. "Temos estado a acompanhar a situação. Alguns países vão começar alguns ensaios sobre a situação, como a Austrália", acrescenta, afirmando que quando houver avanços será comunicado à população.

"Estamos a levar a cabo planos de saúde mental. A Linha SNS 24 tem recebido telefonemas de profissionais de saúde para apoio psicológico. Em 376 chamadas, 33 são de profisisonais de saúde", afirma António Sales. O INEM criou uma estrutura de acompanhamento aos seus profissionais diretamente afetados pelo covid-19 que estão na linha da frente de combate da pandemia. "Nos últimos dias, temos vindo a receber entre 50 a 60 chamadas diárias relacionadas com patologias psicológicas", afirma Luís Meira, um número que se aproxima do número do período homólogo, depois de ter havido uma diminuição da procura do apoio.

"Lares estão a fazer um enorme esforço para separar utentes infetados e não infetados" e para seguir as medidas recomendadas pela DGS, de acordo com o secretário de Estado da Saúde.

Questionado sobre quando é que a atividade económica do país irá poder ser restabelecida, Diogo Cruz salienta que "não é a DGS que decide quando serão libertadas as medidas do estado de emergência" e diz que um estudo sobre quando é que as medidas poderão ser avaliadas em segurança tem sido realizado juntamente com um grupo de académicos. António Sales sublinha que também não compete ao Ministério da Saúde decidir quando as medidas devem ser aliviadas.

Apesar de não se poder confirmar que vão ocorrer novos picos, Diogo Cruz afirma que é "uma possibilidade" e que durante o período de "outras ondas as medidas de distanciamento poderão ter ser introduzidas novamente e depois retiradas".