“Hugo Chávez foi um dos rostos que, no continente sul-americano, esteve num vasto movimento que procurou libertar o continente da dependência do FMI e que procurou criar um modelo de desenvolvimento alternativo. Teve, de facto, uma luta muito importante contra o imperialismo e contra o FMI”, disse à agência Lusa a eurodeputada do Bloco de Esquerda Alda Sousa,em reacção à morte de Hugo Chavéz.
Na opinião da eurodeputada bloquista,“há agora todo um processo político que, para já, não parece ser nada claro” como é que se vai desenrolar, considerando que “há várias coisas que poderão ser preocupantes, mas que há que ver como é que a situação vai evoluir”.
“Também há muitos portugueses que vivem na Venezuela, o que também é um motivo de inquietação, de preocupação, saber qual vai ser o futuro desses portugueses”, alertou.
Recordando que Hugo Chávez ganhou as últimas eleições com uma grande maioria e com e um grande apoio popular, Alda Sousa destacou “a força de combate e vontade de combate” do Presidente da Venezuela, salientando “a forma que sempre teve de estar com o seu povo”.
“Vamos ver como é que se irão desenrolar essas relações comerciais e as relações políticas com a Venezuela. Penso que neste momento ainda há muita coisa que está em aberto e que não é possível ter certezas, nem ter opiniões muito formadas em relação ao futuro”, disse.
O Presidente venezuelano, Hugo Chávez, morreu na terça-feira em Caracas, às 16:25 locais (20:55 em Lisboa), quase três meses depois de ter sido operado pela quarta vez a um cancro, a 11 de Dezembro passado, em Havana, e dois meses depois de ter sido reeleito para o seu terceiro mandato.
Chávez, que morreu com 58 anos, regressou à Venezuela em 18 de Fevereiro, ficou internado no Hospital Militar de Caracas e não chegou a tomar posse como Presidente, ficando o lugar assegurado pelo vice-Presidente, Nicolás Maduro, numa decisão autorizada pela Justiça venezuelana, apesar dos protestos da oposição.
Algumas horas antes do anúncio da morte de Chávez, Nicolás Maduro sugeriu que o cancro teria sido “provocado” pelos “inimigos históricos” da Venezuela.
Lusa/SOL