25 de Abril correu bem

Afinal, tudo correu sobre rodas na Assembleia da República, no dia 25 de Abril. O CDS parece ter sido o único partido empenhado em que não se comemorasse a data

Afinal, tudo correu sobre rodas na Assembleia da República, no dia 25 de Abril. O CDS parece ter sido o único partido empenhado em que não se comemorasse a data (para vergonha dos seus fundadores já desaparecidos, Freitas do Amaral e Adelino Amaro da Costa, aparentemente mais adeptos da Revolução dos Cravos), e o seu representante, o líder parlamentar (o novo presidente anunciou logo que não iria, mas também não fazia falta, porque não foi eleito deputado), Telmo Correia, que foi o único a mostrar-se ali bastante zangado com a celebração da efeméride. O CDS tem ar de se esforçar muito por aparecer sempre à direita do Basta! (se é assim que se chama), para não perder votos que venham a ser ganhos por este, mas não o vejo capaz disso. Antevejo mais sucesso eleitoral futuro ao tal Basta! (se é que se chama assim), por ser mais autenticamente disparatado, do que ao CDS.

Para dizer com franqueza, não cheguei a compreender o que pensa o líder do Basta! (no caso de ser este o seu nome), que no seu futeboiês queria um 25 de Abril outro, diferente.

Ao ler ontem o artigo de A. Barreto no Público, contra quem era a favor das comemorações (chamava-lhes uma aliança entre comunistas e maçons, tornando-me difícil colocar Marcelo Rebelo de Sousa nalguma dessas definições, seria mais fácil imaginar Barreto em qualquer delas), e contra quem era a desfavor – ao ler este artigo, percebi que o CDS não estaria assim tão isolado na sua zanga pública contra o 25 de Abril –, mas não percebi exactamente o que nenhum deles queria.

Quanto a Cavaco e outros que tais, nem vale a pena pensar muito. Vou deixar João Soares de parte, porque me parece efectivamente diferente, Na verdade, correu tudo muito bem. Como, para já, e tanto quanto nos é dado saber, nos está a correr melhor que a outros países a luta contra a Covid 19 – o que talvez deixe todos muito satisfeitos.

 

Pedro d'Anunciação