Autoridades de Saúde esclarecem que só seis dos 14 óbitos são das últimas 24 horas

Números desta segunda-feira revelam um aumento de 14 óbitos. Contudo, nem todos são das últimas 24 horas.

O boletim epidemiológico desta segunda-feira revela que o número de óbitos subiu para 1.330, mais 14 mortos face à véspera. Contudo, o secretário de Estado da Saúde, António Sales, revelou, em conferência de imprensa, que apenas seis das 14 fatalidades do boletim diário ocorreram nas últimas 24 horas. Segundo o governante, as outras oito mortes “resultam da verificação dos certificados de óbitos”.

Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, explicou que esses certificados eletrónicos, emitidos pelos médicos, são feitos a pacientes suspeitos de covid-19, mas sem terem ainda um teste com resultado positivo. Os resultados positivos poderão ocorrer já depois de a pessoa ter morrido, daí a retificação. “Agora há muito poucos casos de óbitos, não estranhem verem pequenas diferenças”, disse a responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A diretora-geral da Saúde confirmou ainda que existem 14 crianças internadas no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, duas delas em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

“Destas crianças, três vieram de outra região, do Alentejo e uma de um PALOP (País Africano de Língua Oficial Portuguesa)”, disse, explicando que as duas crianças nos cuidados intensivos têm “doenças crónicas graves”. “Estão em cuidado intensivo mais pela sua doença de base”, reforçou.

Já sobre o surto identificado na Sonae, na Azambuja, Graça Freitas, disse que existem 121 trabalhadores infetados. Outros 30 trabalhadores apresentaram sintomas da doença e uma pessoa encontra-se internada, em estado estável.

Na mesma região, mas noutras empresas, foram ainda confirmados mais cinco casos de infeção. No total das empresas da Azambuja foram realizados mil testes de despiste à covid-19.

No dia em que a Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH) apresentou dados que revelam que mais de 1.500 as camas dos hospitais públicos estão ocupadas por pessoas que já tiveram alta, mas continuam internadas por razões sociais, o secretário de Estado da Saúde considerou que “esse problema das altas sociais não é só de agora”. “É um problema que nos preocupa há bastante tempo. É natural que se possa ter agonizado um pouco com o surto epidémico”, disse Sales. Contudo, o secretário de Estado garante que “a rede nacional de cuidados continuados integrados tem respondido de forma adequada, embora reconheça” que é possível “melhorar”.

Na mesma conferência de imprensa, o governante reiterou que os portugueses têm um dever cívico "de se protegerem e de protegerem os outros" e lembrou que "desconfinar não é descontrair”.