Quem é o gestor ‘invisível’ de Isabel dos Santos

Vasco Pires Rites foi, na última década, um dos protagonistas do universo Isabel dos Santos, nos negócios polémicos expostos no ‘Luanda Leaks’. Mas, ao que parece, escapou às malhas da Justiça portuguesa e da angolana.

Os estilhaços do colapso do império de Isabel dos Santos, na sequência do processo ‘Luanda Leaks’, atingiram os homens de confiança da empresária angolana, atores principais de uma teia de negócios que coroou a filha do ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, como «Princesa de África» ­– e a mulher mais rica daquele continente. Houve, porém, quem escapasse por entre os ‘pingos da chuva’.

Jorge Brito Pereira, Mário Leite da Silva e Paula Oliveira – os dois últimos constituídos arguidos pela  Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana – , surgem no emaranhado de emails e documentos divulgados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla em inglês), e que espoletaram a investigação, como peças-chave de um universo de negócios e movimentos bancários suspeitos, com rasto em Angola, Portugal e sociedades offshore sediadas em várias latitudes, como Malta, Dubai ou Ilha de Man. 

Os ficheiros expostos pelo hacker português Rui Pinto incluem, porém, um quarto protagonista, que, sem se perceber como ou porquê, ‘desapareceu’ das contas da Justiça: Vasco Pires Rites, que, entre 2010 e 2019, esteve diretamente envolvido em todos os grandes negócios do universo Isabel dos Santos, liderando mesmo vários deles.

As boas indicações deixadas por Vasco Pires Rites quando trabalhava na PwC (PricewaterhouseCoopers) levaram Isabel dos Santos a contratá-lo, em 2010. Curiosamente, Mário Leite da Silva, recrutado nos mesmos moldes, quatro anos antes, ao Grupo Amorim, também tinha passado pelos escritórios da consultora, no Porto, anos antes.

Vasco Pires Rites ascendeu rapidamente, na estrutura, assumindo o papel de administrador na Amorim Energia e na Fidequity, como vogal – uma empresa de investimentos de Isabel dos Santos e presidida por Mário Leite da Silva, com sede na Avenida da Liberdade, em Lisboa, e que foi colocada, ainda em 2015, sob suspeita pela organização não-governamental Transparência Internacional (que a incluiu na lista dos 15 casos «mais simbólicos da grande corrupção» no mundo).

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