Banco Montepio lucra 5,4 milhões no 1.º trimestre

Custos operacionais fixaram-se em 64,3 milhões de euros, traduzindo “o impacto da atualização salarial e os investimentos efetuados em renovação e modernização tecnológica no âmbito da transformação digital”.

O Banco Montepio apresentou lucros de 5,4 milhões de euros nos primeiros tres meses do ano, uma redução face aos 6,5 milhões de euros registados em igual período do ano passado. Durante este período foi constituído uma imparidade de 15,5 milhões de euros relacionada com o impacto adverso perspetivado para a pandemia covid-19.

O produto bancário da instituição financeira liderada por Pedro Leitão aumentou 11,6% para 107,8 milhões de euros, enquanto o produto bancário core progrediu 3,1% para 93,2 milhões.

A margem financeira ascendeu a 59,5 milhões nos primeiros três meses, comparando com os 61,1 milhões contabilizados no período homólogo do ano anterior, "evidenciando os impactos desfavoráveis das taxas de juro de mercado se situarem em níveis muito baixos e das emissões de dívida subordinada efetuadas nos finais de 2018 e do primeiro trimestre de 2019".

As comissões líquidas aumentaram 6,4% ao terem progredido de 28,3 milhões no primeiro trimestre de 2019 para 30,1 milhões nos primeiros três meses de 2020, beneficiando da subida dos proveitos com comissões relacionadas com mercados e com serviços de pagamento, a par da redução dos custos suportados com comissões.

Já os resultados em operações financeiras totalizaram 15,9 milhões no primeiro trimestre de 2020, comparando favoravelmente com o valor negativo de 1,3 milhões contabilizado no período homólogo de 2019, "e traduzem o impacto da realização de ganhos na alienação de obrigações de dívida pública e privada efetivada nos primeiros três meses de 2020", explicou, em comunicado.

O ativo total no final do primeiro trimestre de 2020 ascendia a 17.529 milhões, comparando com 18.229 milhões registados em 31 de março de 2019, "evidenciando as diminuições observadas na carteira de crédito e nas disponibilidades junto de bancos centrais, por um lado, e a subida das aplicações em títulos, por outro".

O crédito a clientes líquido situou-se em 11.597milhões, um crescimento de 132 milhões face ao final de 2019, "invertendo a tendência de descida observada em trimestres anteriores". Nos primeiros três meses de 2020 o crédito concedido às empresas aumentou 308 milhões, consubstanciando a ambição definida no plano de transformação".

Os depósitos de clientes ascenderam a 12.300 milhões em 31 de março de 2020, uma redução face aos 12.462 milgões de euros registados no final do primeiro trimestre de 2019, "e evidenciam a diminuição registada por alguns clientes institucionais, por um lado, e o aumento observado nos segmentos de particulares e das PME, por outro, em linha com o definido no plano de transformação".

Os custos operacionais fixaram-se em 64,3 milhões de euros, o que no entender do banco, traduziu "o impacto da atualização salarial e os investimentos efetuados em renovação e modernização tecnológica no âmbito da transformação digital, não obstante as sinergias capturadas na renegociação de alguns contratos, em particular nos custos com consultoria e com conservação e reparação de imóveis".

A imparidade do crédito contabilizada atingiu 30,4 milhões, um aumento face ao valor de 18,5 milhões registado em igual período do ano passado, "para o que contribuiu a constituição de uma imparidade de 15,5 milhões relacionada com o impacto adverso perspetivado com a pandemia induzida pela covid-19".

As outras imparidades e provisões, relacionadas com outros ativos financeiros, com outros ativos e com provisões, ascenderam a 6 milhões nos primeiros três meses de 2020, comparando com 4,1 milhões contabilizadas em igual período de 2019.

"A cobertura da carteira NPE por imparidades evoluiu de 52,1% no final de 2019 para 53,5% em 31 de março de 2020. Contudo, se considerarmos, para além das imparidades, também os colaterais e as garantias financeiras associados, a cobertura dos NPE eleva-se para 86,6% em 31 de março de 2020".

Já o contributo das operações em descontinuação evoluiu favoravelmente de 2,8 milhões no primeiro trimestre de 2019 para 3,5 milhões em igual período de 2020, "refletindo o bom desempenho observado pelo Finibanco Angola no período em apreço", referiu o Banco Montepio.