Vários arguidos e buscas de norte a sul no âmbito de investigações a Isabel dos Santos

Empresária angolana não terá sido constituída arguida para já, até porque não se encontra em território nacional.

por Carlos Diogo Santos e Felícia Cabrita

Vários arguidos e buscas de norte a sul, é este o resultado da megaoperação no caso Isabel dos Santos. As autoridades portuguesas passaram a pente fino casas e escritórios de advogado e pessoas relacionadas com a empresaria e ainda as empresas desta, incluindo a sede da Efacec, no Porto. Ao que o SOL apurou várias pessoas foram constituídas arguidas, mas a empresária angolana não, nem poderia sê-lo nestes dias, uma vez que se encontra fora do território nacional.

As buscas a empresas de Isabel dos Santos e ao advogado da empresária angolana começaram na quarta-feira, mas as diligências no âmbito dos sete inquéritos que correm contra a empresária angolana em Portugal continuaram no dia de hoje, com uma intensificação das ações na região Norte, nomeadamente no Porto, onde fica a sede da Efacec. Em Lisboa, na véspera, já havia sido alvo de buscas o escritório Uría Menendez – Proença de Carvalho, onde trabalhava Jorge Brito Pereira (advogado de Isabel dos Santos) até janeiro deste ano.

Entre os outros alvos de busca nestes dois dias estarão, apurou o SOL, Mário Leite da Silva, gestor de Isabel dos Santos, Paula Oliveira, ex-administradora não executiva da NOS, e Sarju Rainkundalia, antigo CFO da petrolífera angolana. Os três são arguidos no processo que corre em Angola, juntamente com Isabel dos Santos, mas o SOL não conseguiu confirmar se todos foram constituídos arguidos no âmbito das investigações que estão agora em curso em Lisboa.

A equipa do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) investiga nestes processos eventuais crimes de branqueamento de capitais relacionados com movimentos financeiros comunicados recentemente por alguns bancos, nomeadamente do próprio EuroBic e os levantamentos de dinheiro da conta bancária da Sonangol na mesma instituição financeira, em novembro de 2017, pelo gestor de conta de Isabel dos Santos.

Para conduzir estas investigações foi constituída uma task force de magistrados liderada por Rosário Teixeira – que está passar a pente fino todos os investimentos da empresária angolana e as informações enviadas pela Procuradoria-Geral de Angola, além do que foi revelado no chamado Luanda Leaks.

Estas buscas foram presididas pelo juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal.