Mais idosos infetados

Apesar de os jovens representaram a maioria dos novos casos, o número de casos em maiores de 80 anos, o grupo com maior risco, é o que está a aumentar mais.

As atenções têm estado centradas comportamentos dos jovens, mas nas últimas semanas foram detetados vários surtos em lares e os números da DGS mostram um aumento dos idosos atingidos. Analisando os dados publicados em bruto pela Direção Geral da Saúde nos boletins diários, verifica-se que o grupo etário dos 80 anos é mesmo que o tem registado uma maior subida de novos casos nas últimas duas semanas. Só na última semana foram confirmados 270 novos casos nesta faixa etária, o que se compara com 164 na semana anterior. No início do mês, registava-se uma média de 100 novos casos neste grupo etário.

Questionada esta semana pelo SOL sobre o aumento do contágio em idosos, a diretora-geral da Saúde sublinhou que o grupo etário mais atingido continua a ser o dos 20 aos 49 anos, indicando que os surtos que têm sido detetados em lares podem fazer flutuar os números nos mais idosos. Os dados dos boletins mostram de facto o predomínio dos jovens nos novos casos, mas a tendência de aumento nos idosos tem-se mantido igualmente nas últimas semanas. Nesta faixa etária dos 80 anos, a letalidade ronda os 20%, sendo o maior grupo de risco. Desde o início da epidemia, morreram no país 1555 pessoas infetadas com covid-19 e 1042 tinham mais de 80 anos. Graça Freitas defendeu a necessidade de uma atuação rápida para estancar surtos e apelou para que as pessoas contactem de imediato dos médicos em caso de sintomas. O calor e o risco de descompensação de doenças crónicas foi outra preocupação reiterada esta semana pela DGS. Graça Freitas revelou que uma onda de calor no final de maio foi associada a um excesso de 510 mortes face à média dos últimos anos, reforçando os cuidados que devem existir nesta altura do ano para evitar desidratação e excessiva exposição solar, em particular por parte de idosos e crianças pequenas.