Imobiliário. Setor recupera à “boleia” da procura por moradias, quintas e terrenos

A imobiliária Remax registou um aumento nos índices de procura por imóveis em maio e junho, identificando nos últimos dois meses uma procura mais acentuada por moradias, quintas e terrenos. Cliente nacional com mais “peso” no mercado.

A imobiliária Remax registou um aumento nos índices de procura por imóveis em maio e junho, identificando nos últimos dois meses uma procura mais acentuada por moradias, quintas e terrenos. Esta tendência surge após o desconfinamento, e é explicada pela procura de opções que garantam maior distanciamento social, e consequentemente maior segurança no atual contexto pandémico.

Numa comparação entre o mês de janeiro, anterior à chegada da pandemia a Portugal, em junho a procura média diária foi 18% acima por moradias, com o Porto a ser o distrito que lidera no crescimento percentual e no peso na procura por este tipo de habitação. Por outro lado, a procura de apartamentos está 20% abaixo da registada no primeiro mês do ano, não obstante já registar bons crescimentos nestes últimos dois meses. 

"Falar de mudanças de hábitos e de comportamentos por parte dos consumidores pode ainda ser prematuro, contudo nestes dois últimos meses do chamado período de desconfinamento a RE/MAX notou uma certa mutação na procura.”, refere Beatriz Rubio, CEO da Remax.

Para a responsável, “os apartamentos continuam a ser, como sempre foram nas últimas décadas, a grande fatia do mercado habitacional, pelo que serão sempre alvo de maior procura”. “Todavia, as preocupações recentes com questões de segurança sanitária têm conduzido a uma maior procura por moradias, quintas e terrenos. Sendo estas preocupações circunstanciais e que não nos permitem ainda assegurar como facto consumado poder estar a ocorrer uma mudança de paradigma na procura por habitação, serão ainda precisos alguns meses para tomarmos essa mudança como certa. O certo neste momento é o facto de estarmos a recuperar a dinâmica dos meses anteriores à pandemia, com os níveis de procura a crescerem”, acrescenta Beatriz Rubio.

Cliente nacional com mais “peso”. No que concerne a compra de imóveis, os dados da Remax mostram que tem havido um aumento do peso do cliente nacional e uma quebra do investimento estrangeiro, em função das limitações nas viagens internacionais neste período pandémico, sendo esta uma realidade transversal a vários setores da economia nacional. Entre os clientes de nacionalidade estrangeira, destacam-se os de origem brasileira, chinesa, francesa, angolana e inglesa.

Relativamente às regiões com maior incremento no período de maio e junho são os distritos de Beja, Braga, Portalegre, Porto e Évora aqueles que registam maiores índices de crescimento percentual da procura média diária por moradias.

Numa análise mais nominal (em número), são os distritos de Lisboa, Porto, Setúbal, Braga e Santarém os que se destacaram com 29,7%, 14,9%, 12,4%, 8,3% e 7,2%, respetivamente, da procura gerada, que se deve ao facto da própria oferta ser nominalmente maior em distritos mais populosos.