George Floyd disse vinte vezes que não conseguia respirar. Revelada nova transcrição do momento da detenção

“Para de falar, para de gritar, é preciso muito oxigénio para falar”, disse Derek Chauvin, sem retirar o joelho do pescoço de Floyd.

Foi revelada uma nova transcrição do diálogo entre a polícia e George Floyd, cuja morte ocorreu após um agente pressionar o seu pescoço com o joelho durante mais de oito minutos, levando a vários e violentos protestos nos EUA.

Segundo a transcrição das gravações feitas através da câmara de um do polícias, o afro-americano avisou os agentes cerca de 20 vezes que não conseguia respirar,

"Vão matar-me, vão matar-me", disse Floyd, de 46 anos, depois de os agentes o imobilizarem e o colocarem de bruços no chão.

O agente Derek Chauvin, que pressionava o pescoço de Floyd com o joelho, respondeu: "Para de falar, para de gritar, é preciso muito oxigénio para falar".

A certa altura, um dos outros três agentes que assistiam à cena, Thomas Lan, perguntou a Chauvin – que era o mais experiente dos polícias – se não seria melhor virar Floyd para o lado, ao que terá respondido que "não".

Lane terá insistido, explicando que estava preocupado com a saúde de Floyd, que, na sua opinião, parecia estar sob a influência de alguma substância.

"Bem, é por isso que uma ambulância está a chegar", disse Chauvin, que não levantou o joelho do pescoço de Floyd até que um paramédico lhe disse para o fazer.

Sublinhe-se que Chauvin é acusado de homicídio em segundo grau e homicídio involuntário em terceiro grau por matar Floyd, enquanto os outros três agentes, Lane, Thao e Kueng, são acusados de cumplicidade e homicídio em segundo grau.

A transcrição das gravações foi tornada pública, no âmbito do pedido da defesa de Lane para o levantamento das acusações impostas contra si.

A defesa do agente argumenta que foi a primeira semana de Lane naquela força policial e que foi Chauvin quem tomou as decisões que levaram à morte de George Floyd.