Violência doméstica. 20 mulheres morreram desde o início do ano

Houve 25 tentativas de feminicídio desde janeiro, segundo os dados do Observatório das Mulheres Assassinadas.

Desde o início do ano, foram assassinadas em Portugal 20 mulheres, dez delas em contexto de violência doméstica. A este número juntam-se 29 tentativas de assassinato, tendo 25 dessas tentativas ocorrido em contexto de intimidade. As contas foram feitas pelo Observatório das Mulheres Assassinadas, um grupo de trabalho da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), através das notícias divulgadas até ao dia 15 de agosto.

Os dados preliminares da UMAR referem que metade das mortes ocorreram em contexto de relações de intimidade e que as restantes 10 mortes aconteceram por outros motivos – financeiros, assaltos ou outros. Tendo em conta os dados de 2019, entre janeiro e agosto registam-se este ano menos dez mortes em contexto de violência doméstica.

Das 25 tentativas de feminicídio em contexto de intimidade, “mais de metade ocorreu já após o período de confinamento obrigatório, entre junho e agosto”, referiu à Lusa Cátia Pontedeira, do Observatório das Mulheres Assassinadas. Comparando com os números do ano passado, verifica-se em 2020 um aumento do número de tentativas de feminicídio – mais seis do que no ano passado.

Violência doméstica contra a mãe Depois de uma denúncia de violência doméstica, os militares da GNR de Vila Real encontraram uma mulher de 66 anos, dentro de sua casa, “em pânico, com receio de agressões físicas e a temer pela própria vida”. A descrição foi feita pela GNR, em comunicado, a propósito da detenção de um jovem de 20 anos, suspeito de agredir psicologicamente a mãe.

Na altura da detenção, o agressor “estava visivelmente embriagado”. Segundo a GNR, a mulher de 66 anos terá sido vítima de violência psicológica “de forma reiterada desde 2016, com maior intensidade e gravidade nos últimos meses”. Depois de ter sido presente a tribunal para primeiro interrogatório, o suspeito ficou proibido de se aproximar da mãe.