Líder da Resistência Nacional é do Chega

Nuno Cardoso, que esteve presente na concentração de extrema-direita junto à sede da SOS Racismo, confirmou que é militante do partido de Ventura.

Nuno Cardoso, líder da organização nacionalista Resistência Nacional, que participou na concentração de extrema-direita junto à sede da SOS Racismo  há duas semanas, é militante do Chega, presidido por André Ventura. O responsável da organização confirmou à Sábado  a sua ligação ao partido, um caso que André Ventura desconhecia e que promete investigar, admitindo sanções.

O que se passou há duas semanas (uma concentração de pessoas de máscaras brancas e tochas), a par da ameaça a dez pessoas (incluindo três deputadas) através de um e-mail assinado pela Nova Ordem de Avis – Resistência Nacional, está a ser investigado pelas autoridades e, ao mesmo tempo, tem dominado os debates nas redes sociais.

De realçar que alguns dos visados  no referido e-mail já têm proteção especial da Polícia.

Entretanto, o antigo estratega de Donald Trump, Steve Banon, foi detido (libertado entretanto com uma caução de 5 milhões de dólares) e André Ventura reagiu desta forma no Twitter:«A prisão de Steve Bannon por uma questão qualquer de angariação de fundos mostra que por vezes o poder consegue instrumentalizar a justiça. Esperemos que nunca aconteça cá, agora que o Chega começa a incomodar tanto!». No Facebook, o dirigente da SOS Racismo Mamadou Ba, e um dos visados no e-mail ameaçador, não deixou passar este comentário em claro: «Não deixa de ser ternurento ver o paladino da transparência e do combate contra a corrupção cá do burgo, a sentir um aperto de coração com a prisão de um criminoso nazi».

Mas houve mais reações a esta detenção nos EUA. Por exemplo, o deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro escreveu no Twitter que, «com a sua detenção [de Steve Bannon] pelo desvio de milhões de dólares, é importante que todas as suas ligações europeias sejam cabalmente investigadas». O parlamentar aludia a uma notícia sobre a criação de uma fundação na Europa para financiar partidos de extrema-direita no Velho Continente.