Peritos defendem que redução de contactos nas escolas a um terço pode evitar segunda onda

Projeção foi apresentada esta tarde na FMUP pelo epidemiologista Manuel Carmo Gomes. “É exigente mas é possível”

O modelo desenvolvido pela equipa de Manuel Carmo Gomes para o Governo prevê que pode ser possível evitar uma segunda onda de covid-19 se os contactos nas escolas forem reduzidos a um terço do que existia até aqui. O investigador apresentou a análise na reunião na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, sublinhando que este seria um objetivo exigente mas possível. 

Na ausência de redução de contactos, o modelo matemático desenvolvido pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa aponta para uma segunda onda com início nas próximas semanas. Mesmo uma redução dos contactos a 50% mantém a curva de casos a aumentar, o que nas projeções matemáticas só se altera com a redução dos contactos entre jovens a um terço, isto mantendo-se também uma redução geral dos contactos na comunidade em 50%,  o patamar em que os investigadores entendem que os portugueses se encontram neste momento."A segunda onda não é uma fatalidade", insistiu o investigador, sublinhando a importância da redução dos contactos de proximidade neste período e medidas como o arejamento das salas de aula. Manuel Carmo Gomes defendeu também que apesar do interesse no ensino presencial, o modelo misto (aulas presenciais e à distância) deve ser considerado.

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