Opinião: Trump, o Presidente da Paz: como Lisboa preparou (e inspirou) o Acordo de Shalom entre Israel e Marrocos

Ontem foi um dia histórico: em Washington D.C, com a mediação do Presidente Trump, Israel firmou Acordo de Shalom com os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein.

É, de facto, o raiar de uma nova esperança de paz, de estabilidade, de concórdia e cooperação no Médio Oriente. E o nascer de um novo paradigma nas relações entre os Estados Árabes e muçulmanos (em geral) com Israel: a discussão hoje já não é se se reconhece a nação do povo judaico (e berço da civilização judaico-cristã), mas sim quando se reconhece a soberania indiscutível do povo Israelita sobre o território que lhe pertence, por direito histórico, pela correta compreensão do direito internacional e por inspiração bíblica – uma espécie de direito natural…naturalmente concretizado.

A questão já não é, pois, que tipo de reconhecimento Israel merece da parte dos seus vizinhos e restantes países muçulmanos; a questão já é tão-somente que tipo de relacionamento se estabelece entre estas partes.

Um aspeto que é verdadeiramente singular nos “Acordos Abraâmicos”  ontem firmados prende-se com a circunstância de estes pactos de Shalom não serem ditados por meras conveniências políticas conjunturais: pelo contrário, resultam da vontade genuína e espontânea dos Estados signatários.

Estes Acordos não se limitam a prever uma mera coexistência pacífica, cordial, entre Israel, os EAU e o Bahrein – antes, vão muito mais longe: estabelecem um conjunto de cooperações ativas, estratégicas, de amizade, em domínios tão diversos, como a investigação científica, a nanotecnologia, a segurança e defesa ou as relações comerciais.

 Esta dimensão dos Acordos de Shalom ora celebrados alarga o carácter extraordinariamente histórico do feito do Presidente Trump, do Primeiro-Ministro Netanyahu (que, cada vez mais, ocupa um lugar de elevadíssimo relevo na história do grande – gigante! – Estado de Israel, equiparando-se a Ben-Gurion: assim como este foi decisivo para a criação de Israel, o PM Netanyahu foi – é – fundamental para a sua consolidação internacional) e dos líderes dos EAU e Bahrein.

Mas a História não acaba aqui: mais Acordos virão, atendendo ao número de Estados que já manifestaram a intenção de seguir o caminho de paz e de amizade com Israel. 

Qual será o próximo? O próximo Acordo de Shalom será celebrado com o Reino de Marrocos. Nos próximos dias, o Presidente Trump anunciará o estabelecimento de voos comerciais entre Israel e Marrocos – o que será a antecâmara de mais um anúncio histórico de Shalom e amizade entre os dois países.

Agora um facto muito curioso: este Acordo de Shalom entre Israel e Marrocos estará irremediavelmente ligado a…Portugal. Sim, leu bem: a Portugal.

Na verdade, este Acordo – que se confirmará, cremos, ainda antes da reeleição do Presidente Trump no dia 3 de Novembro – nasceu em…Lisboa!

Quando?

No passado mês de Dezembro, quando o Secretário de Estado GREAT AGAIN dos EUA, Mike Pompeo, e o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu se encontraram aqui, em Lisboa.

 Na altura muitos se interrogaram qual a razão subjacente à vinda do Primeiro-Ministro Netanyahu a Lisboa para falar com Mike Pompeo: podemos, finalmente, divulgar a resposta aqui –Netanyahu veio com o propósito de iniciar o processo negocial tendente à celebração deste Acordo de Shalom entre Israel e Marrocos.

Podemos até avançar mais: a intenção quer do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, quer da Administração Trump, passava por celebrar, em primeiro lugar, o Acordo histórico de Shalom com o Reino de Marrocos – e, a partir deste, convidar outros países a seguir o exemplo do Estado marroquino. Porquê?

 Por uma razão muito simples: porque, na verdade, Israel e Marrocos estão há algum tempo juntos numa causa comum: o enfrentamento, sem receios, nem hesitações, ao regime bárbaro dos Ayatollahs.

Marrocos – honra lhe seja feita – foi dos primeiros países a manifestar um apoio informal à luta de Benjamin Netanyahu denunciado o erro histórico do Acordo nuclear com o Irão, patrocinado por O-Biden (abreviatura de Obama-Biden).

Marrocos sabe bem o perigo representado pelo regime criminoso de Teerão: aliás, alvos marroquinos – e, em especial, o Rei de Marrocos – integram uma lista que circula entre os membros e apoiantes do Hezbollah como inimigos a abater em termos prioritários.

Esta organização terrorista quer infiltrar-se em Marrocos, constituindo aqui um país dominado por xiitas – no fundo, o regime criminoso do Irão quer replicar aqui bem perto o que está fazendo no Líbano.

A estratégia do Hezbollah é matar, destruir, dividir para reinar: nesta sequência, os Ayatollahs de Teerão – utilizando seu braço-armado dos terroristas do Hezbollah – estão apoiando a Frente Polisário, no Saara Ocidental. Daí que a Casa Real de Marrocos tenha cortado relações com o Irão, expulsando até o seu Embaixador neste Reino. A Mossad tem colaborado com os serviços de intelligence  marroquinos para conter a ameaça do Hezbollah – e manter a ameaça terrorista longe daqui.

Na verdade – aspeto que nem sempre é realçado -, muitos dos principais conselheiros da Casa Real marroquina são…judeus! Marrocos, apesar de (ainda!) não o poder dizer publicamente, adora Israel!

Daí que seria lógico que Marrocos fosse o primeiro país a celebrar Acordo de Shalom com Israel; no entanto, razões políticas internas (atendíveis, não discutimos) levaram o Rei de Marrocos a não querer ser o país pioneiro.

Donde, o processo “negocial” iniciou-se em Lisboa, mas…Marrocos só avançaria formalmente para um Acordo de paz depois de outros países muçulmanos o fazerem. Marrocos seguiria o movimento histórico de Shalom; não o iniciaria. O pressuposto já foi entretanto verificado: os EAU e o Bahrein foram os países pioneiros; seguir-se-á Marrocos.

Convém dizer que a reunião, em Lisboa, não foi apenas protagonizada pelo Secretário Mike Pompeo e o PM Netanyahu: o Reino de Marrocos foi representado por um emissário do Rei, da sua confiança e com experiência em termos negociais (e que ele próprio tem estado acompanhando a ameaça do Hezbollah e do regime criminoso dos Ayatollahs para Marrocos e para o norte de África).

Dois pormenores interessantes: primeiro, uma das conversas teve lugar no Hotel Intercontinental em Lisboa – e o emissário do Rei de Marrocos estava registado como um turista comum, não sendo possível para ninguém identificar a sua presença.

Mesmo a sua entrada no local da reunião foi feita de forma particularmente cuidadosa, com alguns aspetos bizarros. A diplomacia – e a paz – assim o impõe.

Segundo, mesmo as Embaixadas de Marrocos, de Israel e dos EUA em Lisboa, pelo que sabemos, não tiveram acesso a informação relacionada com este encontro – ou tiveram apenas informação parcial e cuidadosamente transmitida.

Isto para evitar fugas de informação – imagine-se o que seria se algum analista da Embaixada dos EUA, ou de outra, fosse para a televisão, ao fim de semana, contar o que não devia ou se contasse esta informação tão relevante, conquanto sensível, aos seus amigos nas Embaixadas do Irão ou da Turquia, destruindo os esforços de paz…

Posto isto – e para finalizar – o Acordo de Shalom entre Israel e Marrocos incluirá igualmente um conjunto alargado de cooperação entre os dois países.

Destacamos a troca de informações e conhecimento que Israel prestará a Marrocos na área da agricultura e da gestão de recursos hídricos – haverá mesmo um investimento importante de empresas israelitas na agro-indústria, ajudando, assim, a concretizar o desejo do Rei de Marrocos: levar o seu país a ser um dos principais exportadores de produtos alimentares para o mercado europeu.

Haverá, por outro lado, uma intensa colaboração universitária e científica entre Israel e Marrocos, com a celebração de protocolos entre universidades e centros de investigação, bem como o intercâmbio de professores e investigadores.

Finalmente, muito relevante: Israel colaborará com Marrocos na segurança do Reino, garantindo que o Hezbollah não desestabilizará o Reino – e o Irão ficará longe desta zona.

Acrescentamos que, para nós, é muito estranho que Portugal não esteja acompanhando muito de perto os planos dos terroristas iranianos para aqui tão perto de nós…

Além disso, os EUA fixarão uma poderosa base militar no Saara Ocidental, garantindo também que o Irão ficará longe desta zona do globo! Os Ayatollahs que nem se atrevam…porque aqui sim – serão recebidos com fire and fury como nunca viram…

Perante os Acordos históricos de Shalom, todos percebemos, com clareza (para além das narrativas das “fake news”), quem está do lado da paz – e quem são os estados criminosos, os estados párias (com minúscula, porque não merecem mais do que isso). Não pode haver dúvidas, nem hesitações, sobre em que lado estar.

Estamos do lado da paz.

P.S – Já repararam que os dois países que estão reatando relações de Shalom com Israel são países em que historicamente o Rei Emérito Juan Carlos tem uma forte influência – os EAU e Marrocos…O diálogo entre o Presidente Trump e o Rei Emérito a produzir frutos – e o maior fruto de todos que é a Paz (esta merece maiúscula!). E o Rei do Bahrein, Hamad Al-Khalifa, é um grande fã pessoal do PM Netanyahu!

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