Santa Casa da Misericórdia de Bragança admite falhas no surto que afeta lares da instituição

Instituição diz estar a “refletir” sobre o sucedido.

A Santa Casa da Misericórdia de Bragança reconhece que "alguma coisa falhou" no surto de covid-19 que afeta os lares da instituição e adiantou que irá refletir sobre o sucedido e corrigir o necessário.

"É óbvio que falhou alguma coisa, porque quando há um surto de infeção falha sempre alguma coisa, mas não falha só aqui, infelizmente falha no mundo todo", disse aos jornalistas o porta-voz da instituição, José Fernandes, durante uma declaração sobre o ponto de situação, acrescentando ainda que, no final desta crise, "há de ser escalpelizado" o que falhou, “debatido” e, “se falhou alguma coisa", será corrigida.

"A Santa Casa da Misericórdia tem estado a refletir tudo o que se passou, mas ainda estamos num percurso a meio, não sabemos o dia de amanhã. Em função disso vamos tomar todas as medidas, como sempre fizemos, para que isto não aconteça", disse ainda.

O surto que afeta a Santa Casa da Misericórdia de Bragança já provocou a morte de quatro pessoas e contabiliza 98 utentes dos lares e 26 trabalhadores infetados.

“Neste momento, todo o universo da Misericórdia, perto de 700 pessoas" foi testado, adiantou José Fernandes, revelando que faltam apenas conhecer os resultados de cerca de 30 testes.

Dos utentes dos lares infetados, três estão internados no hospital de Bragança e os restantes "estão calmos e estáveis" nos lares.

"Nas escolas não há testes positivos. Todos os colaboradores das escolas e todos os professores já foram testados e não temos a relatar nenhum teste positivo. Na Unidade de Cuidados Continuados, ainda não tivemos nenhum teste positivo, nem de utentes, nem de colaboradores", frisou ainda.

O porta-voz admite ainda que, com os trabalhadores de quarentena ou em isolamento, a instituição está “no limite” das suas capacidades e destaca o apoio prestado por uma brigada de intervenção rápida e por uma equipa médica e de enfermagem.

José Fernandes admitiu ainda estar preocupado com o impacto do surto na comunidade.

"Estamos a falar de um universo de 1.003 pessoas (entre funcionários e utentes) numa cidade pequena como Bragança. Entendo a preocupação que toda a gente da cidade pode ter, porque a Santa Casa da Misericórdia é uma instituição transversal à cidade e poucas serão as pessoas ou as famílias que não têm algum relacionamento com a Santa Casa", rematou.