“O SNS enfrenta o momento mais difícil da sua história”

Ministra fez balanço durante discussão do Orçamento de Estado para a saúde.

“O SNS enfrenta o momento mais difícil da sua história”

A ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu, esta quinta-feira, que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) enfrenta o momento “mais difícil” da sua história.

"O SNS enfrenta neste momento aquele que é o momento mais difícil da sua história. Desde o início do ano que o SNS tem estado na linha da frente da resposta dos serviços públicos à pandemia. Passaram 245 dias desde o primeiro caso positivo e não sabemos ainda quando existirá uma vacina ou tratamento”, disse a ministra, durante uma audição da Comissão de Orçamento e Finanças, no âmbito da apreciação na especialidade da proposta do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).

No entanto, Marta Temido destacou os investimentos mais recentes no SNS, nomeadamente na linha SNS24, e garantiu que o Executivo irá continuar a reforçar “a força de trabalho”, através da contratação de profissionais de saúde.

"Nunca o SNS foi tão necessário, nunca os portugueses precisaram tanto dele”, disse. “Estamos todos a ser submetidos a uma dura prova: os cidadãos, na capacidade de respeitarem as regras definidas; os profissionais de saúde, na sua capacidade continuarem a trabalhar; o Governo e o Ministério da Saúde, na sua capacidade de definir e executar boas escolhas políticas", destacou a ministra.

Marta Temido adiantou ainda que a linha SNS24 bateu, esta terça-feira, um novo recorde de chamadas atendidas, referindo que a linha passou de “uma média, no início da pandemia, de 3.500 chamadas para 41.664 chamadas recebidas” na terça-feira.

A governante destacou ainda o alargamento da rede de laboratórios para testagem que agora conta com 111 entidades e revelou que em outubro estão a ser feitos, em média, 26 mil testes por dia.

A ministra da Saúde garantiu ainda que a atividade assistencial está a ser recuperada para números “alinhados com os primeiros meses do ano” e sublinhou a “articulação com outros setores, nomeadamente com dez hospitais do setor social”. “Uma despesa de 33 milhões de euros, autorizada em Conselho de Ministros, que permitirá em 2021 continuar a melhorar o acesso a consultas e a cirurgias”, destacou.

Marta Temido adiantou ainda que o SNS assinou contrato com 287 médicos de medicina geral e familiar. “Com esta contratação 341 mil portugueses terão acesso a médico de família”, disse a ministra, em resposta ao deputado social-democrata Ricardo Baptista Leite.