“Não queiram envolver o SNS em guerras que não existem”

Marta Temido reitera que não tem havido disponibilidade dos privados para receber doentes covid. Associação diz que em março foram disponibilizadas 354 camas.

 

A ministra da Saúde recusou ontem no Parlamento que não haja tentativa de acordo com o setor privado e social da saúde: “Não temos tido respostas à doença covid fora do SNS. Não temos tido, ora por razões infraestruturais, ora por razões de dificuldade e de incerteza, perfeitamente compreensíveis e que tentaremos negociar e acomodar. Não queiram envolver o SNS, os portugueses e a atividade assistencial em guerras que não existem. Estamos cá para trabalhar e servir os portugueses, não para servir guerras que não interessam a ninguém”, afirmou Marta Temido, respondendo a uma interpelação do CDS. As declarações surgem numa altura em que apenas um hospital no Norte, em Gondomar, aceitou o pedido da ARS Norte para receber doentes covid-19. Já esta semana foi formalizado um acordo com os Hospitais Lusíadas Porto e Braga para assistência a doenças não covid-19.

Já depois destas declarações de Marta Temido no Parlamento, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APAH), que na semana passada esteve reunida com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo negando ter recusado colaborar com a tutela, mas pedindo um plano para essa intervenção, indicou ao i  que, em março, foram disponibilizadas ao Estado 354 camas para doentes covid-19: 156 a norte, 180 em Lisboa e Vale do Tejo e 18 no Algarve. “Destas, 75 eram em cuidados intensivos”, disse fonte oficial da APHP.  Questionada sobre custos apresentados, indicou que não foram na altura discutidos custos porque o “Ministério da Saúde descartou a colaboração”, referiu a associação.