Cancro, dores e morte!

 A ministra da saúde, Marta Temido diz que só se vai voltar a concentrar nas outras doenças quando a pandemia estiver resolvida. Ora bem, é o mesmo que acenar com a cabeça para que todos os outros pacientes das mais diferentes patologias, possam assim morrer por falta de diagnósticos, consultas, acompanhamento e operações!

Estou outra vez a falar sobre os doentes oncológicos, altamente neglicenciados! A ministra da saúde, Marta Temido diz que só se vai voltar a concentrar nas outras doenças quando a pandemia estiver resolvida. Ora bem, é o mesmo que acenar com a cabeça para que todos os outros pacientes das mais diferentes patologias, possam assim morrer por falta de diagnósticos, consultas, acompanhamento e operações!  Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados no final de outubro indicam que desde março houve mais 7.396 mortes do que a média do período homólogo dos cinco anos anteriores, sendo a covid-19 responsável por 27,5% do total de óbitos, a oncologista Ana Raimundo afirmou que serão "uma consequência" dos doentes crónicos, não só os oncológicos, terem menos apoio.

“Os serviços de oncologia mantiveram a sua atividade" com os doentes já diagnosticados. Houve foi "um agravamento da lista de espera das cirurgias, porque depende de uma equipa, de um bloco operatório". "Eventualmente vai haver alguns casos de doenças oncológicas agressivas que foram diagnosticadas mais tardiamente."

Ora obviamente que isto é uma especie de morte anunciada, visto que as doenças oncológicas têm de diagnosticadas o mais cedo possível! Chegaram-me casos com pessoas em lista de espera desde março, quando foram finalmente atendidas em Julho, descobrem que têm dois tumores malignos super agressivos e mesmo assim só lhes são marcados exames para Dezembro. Se não for uma cronista a aliar-se a um médico tudo se torna impossível. E mesmo assim com um diagnóstico de cancro extremamente agressivo, um dia passa, a seguir passa outro, e o desespero instala-se sem parar! "São cancros agressivos, que evoluem rápido e que mataram naqueles primeiros meses após a primeira fase de covid", como provavelmente outras doenças crónicas que descompensaram como a diabetes, doenças cardiovasculares e respiratórias.” 

E assim damos espaço para que o cancro nos mate, mate os que conhecemos, sem dó e piedade. Primeiro, é a queda de cabelo, depois vêm as dores. Depois uma suplicia no olhar. É que o cancro, come-nos por dentro em dores desprezíveis e nos hospitais não existem camas. Tudo isto é passado em casa, com ou sem condições. A salvação, talvez a mão de alguém que amamos, por perto!