Telmo Correia critica abstenção do CDS na votação do estado de emergência

O líder parlamentar do CDS-PP criticou a direção do partido pela abstenção no voto do estado de emergência, acusando-a de pôr em causa a capacidade do Governo de tomar medidas.

Telmo Correia critica abstenção do CDS na votação do estado de emergência

Na passada sexta-feira, a bancada centrista absteve-se na votação para ativar o quinto estado de emergência do país, como medida contra a pandemia da Covid-19. Telmo Correia, líder parlamentar do partido, apresentou no Parlamento uma declaração de voto a criticar o presidente Francisco Rodrigues dos Santos. Em causa está o facto de, segundo Telmo Correia, o CDS ter votado desta vez sem ter em conta "a questão sanitária", ao contrário do que aconteceu nas últimas quatro votações.

Desta vez, considera o deputado, Rodrigues dos Santos deu maior valor à “forma como o Executivo agiu sem transparência ao não comunicar aos partidos e ao Parlamento as suas medidas; a adoção de medidas iníquas no anterior estado de emergência e a falta de coerência do próprio Governo".

Assim, o CDS "optou pela abstenção não deixando de concordar com o estado de emergência" "mas discordando da atuação do Governo", posição com a qual Telmo Correia não concorda, o deputado não põe em causa a "competência" nem a "legitimidade" da direção do partido, e admite que "teria preferido o voto favorável", mantendo "a estabilidade da posição do CDS".

Na opinião do centrista, “o estado de emergência neste contexto de agravamento pandémico, com número de infetados a rondar os 7 mil e um número de óbitos crescente é de uma necessidade absoluta”. “Não existe outra forma de quebrar cadeias de contágio e travar a evolução da pandemia e esse é o aspeto prioritário", defendeu.

Por outro lado, o deputado não deixou de criticar as medidas impostas pelo Executivo de António Costa, acusando-o de não ter "partilhado as suas intenções e os contornos das suas medidas". No entanto, parece-lhe que o voto do CDS devia ter sido favorável, uma vez que, segundo o mesmo, "negar a um Governo, por errático que ele seja (mas não há outro) a possibilidade de tomar medidas seria irresponsável".