SARS-Cov-2. Há uma semana havia suspeitas da nova variante em 8% a 16% dos casos

Investigador alertou no Infarmed para tendência crescente.

O peso da nova variante inglesa nos casos de covid-19 que estão a ser diagnosticados no país poderá obrigar ao fecho das escolas. A linha vermelha foi ontem traçada pelo primeiro-ministro. Na última reunião do Infarmed, na semana passada, resultados da análise de amostras processadas por dois laboratórios foram apresentados pelo investigador do Instituto Ricardo Jorge que coordena o estudo da diversidade genética do SARS-Cov-2. Os dados, referentes a testes positivos entre 8 e 10 de janeiro, apontavam no caso do laboratório Synlab que 15,5% dos positivos eram suspeitos da nova variante. No caso da Unilabs, com quem o INSA tem agora uma ferramenta para detetar a presença de variante, o peso era de 8% nos positivos. Na reunião, João Paulo Gomes considerou que a confirmação da variante no país era expectável, dada a ligação ao Reino Unido. Apontou que as amostras indiciavam uma penetração “ainda modesta” mas com tendência crescente. “Temos de ter cautela porque a linha de tendência está a acompanhar a do RU e Irlanda e temos obviamente de a parar para não irmos parar ao mesmo cenário”, recomendou.

São esperados nos próximos dias novos resultados. Até ao momento, o INSA analisou 75 casos da nova variante e não detetou ainda casos da variante brasileira e sul-africana, indicou ao i o instituto. Portugal regista agora uma maior incidência acumulada a sete dias de casos de covid-19 que a Irlanda ou Reino Unido, países onde durante o período das festas se fizeram proporcionalmente mais testes. O alerta da nova variante ecoou na Europa na semana do Natal, com a preocupação de poder ser até 70% mais transmissível e aumentar o R em 0,4 a 0,7, acelerando a disseminação da epidemia.