Cheques de Sócrates descobertos em quinta no Ribatejo

Na entrevista à RTP, Sócrates assegurou aos portugueses nunca ter tido acções nem offshores e de ser, precisamente há 25 anos, senhor de «uma única conta, na Caixa Geral de Depósitos». E, uma vez que nunca fez poupanças, foi obrigado a contrair um empréstimo na Caixa para fazer um mestrado em Paris.

no percurso de uma vida, há quem deixe pelo caminho espólios inéditos. esta é a circunstância que liga sócrates a nuno caçador, que no último natal fez uma descoberta inusitada: num móvel abandonado na sua quinta do ribatejo, encontrou dezenas de livros de cheques por usar, de josé sócrates e de outros familiares.

na gaveta fechada à chave de uma velha escrivaninha, que teve de abrir a martelo, o agricultor descobriu 1.273 cheques, todos em branco e guardados ainda nos respectivos envelopes de origem, a maioria por abrir.

à medida que corria as cadernetas, saltavam-lhe à vista os nomes de josé sócrates carvalho pinto de sousa, do tio, da irmã e de três empresas da família, nos mais variados bancos: bes, fonsecas e burnay, totta & açores e banco português do atlântico.

dos 1.273 cheques, 263 são de uma conta de josé sócrates no totta, 110 são de uma conta do tio, antónio pinto de sousa, e 75 de uma conta da irmã, ana maria. à época (1991), sócrates era deputado e cortara o vínculo à sovenco, empresa na área dos combustíveis, na amadora, que fundara com armando vara, entre outros sócios.

nuno caçador interrogou-se: «qual é o banco que entrega tantos cheques de uma vez só a uma pessoa? isto não é normal!».

leia mais na edição impressa do sol, hoje nas bancas.

felicia.cabrita@sol.pt