Três gráficos sobre a situação atual: contágios, confinamento e testagem

Manter a redução de contactos é o desafio: a análise da mobilidade mostra que antes do novo confinamento, a vida tinha praticamente regressado ao normal. Como será daqui para a frente? 

Três gráficos sobre a situação atual: contágios, confinamento e testagem

A incidência a 14 dias já baixou para os 803 casos por 100 mil habitantes: em menos de duas semanas caiu para metade do pico atingido no fim de janeiro. Lisboa é a única região ainda no patamar de risco máximo, acima de mil casos por 100 mil habitantes. Com o confinamento de dois meses, a modelação do INSA indica que Portugal poderá voltar abaixo dos 60 casos por 100 mil habitantes, a situação com que chegámos ao verão no ano passado. A preocupação central é a descida de doentes com covid-19 em cuidados intensivos, mais de 800, que os médicos defendem que devem ser menos de 300.

Manter a redução de contactos é o desafio: a análise da mobilidade mostra que antes do novo confinamento, a vida tinha praticamente regressado ao normal. Como será daqui para a frente? E quando se começar a desconfinar? Especialistas ouvidos pelo Nascer do SOL admitem que pode haver o risco de os comportamentos começarem a mudar antes de tempo se não houver uma adequada percepção do risco e das metas, que não estão fechadas. 

A DGS esta semana reviu as regras e o país vai testar mais. Até aqui os testes já estavam a cair, acompanhando a descida da incidência: menos pessoas a ter sintomas, menos pessoas a fazer testes. Estava limitada a testagem de contactos, restrita a contactos de alto risco pelo menos nos testes comparticipados pelo SNS. A positividade estava a descer, um indicador que dá uma percepção sobre a deteção dos casos – a OMS recomenda que seja inferior a 5% para haver maior controlo da situação depidemiológica e detetação de casos assintomáticos. Em dezembro, quando os casos baixaram, houve também uma descida de testes mas a certa altura a positividade começou a subir. Os investigadores da FCUL estimam que tenham ficado por detetar 5 mil casos, que reforçaram a transmissão. Esta semana no Infarmed Manuel Carmo Gomes defendeu que o país deve quadruplicar a testagem para manter a positividade abaixo de 10%. A nova estratégia de testagem da DGS já está em vigor e além de maior rastreio de contactos vão avançar testagens regulares nas fábricas e escolas nos concelhos de maior risco.