Direita e esquerda exigem plano para desconfinamento gradual

CDS defende regresso às aulas presenciais para crianças até aos 12 anos. Direita e esquerda exigem plano para desconfinamento gradual.

O Governo afasta, para já, aliviar as restrições impostas por causa da pandemia, mas os partidos começam a exigir um plano para o desconfinamento, nomeadamente para preparar o regresso às aulas presenciais.

O PSD fez “um apelo para que este planeamento seja feito rapidamente, de modo a que os portugueses saibam com tempo o que se vai passar nas suas vidas”.

O dirigente e deputado social-democrata Maló de Abreu lamentou que ainda não existam critérios “muito claros” para um desconfinamento gradual.

Mas o CDS foi o primeiro a desafiar o Governo para “começar a planear” o desconfinamento das crianças até aos 12 anos. “Se permitíssemos o regresso às aulas presencias a crianças até aos 12 anos, isso permitiria uma certa retoma da atividade do país, libertaria os pais da pressão de ter de acompanhar as aulas dos seus filhos em casa e garantiria uma melhor gestão da sua vida profissional”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos, líder do CDS, no final de uma visita a uma escola secundária, em Braga.

Após a reunião com os especialistas, no Infarmed, Cecília Anacoreta Correia, porta-voz do CDS, defendeu que “seria muito importante que no próximo estado de emergência pudesse haver o desconfinamento na Educação para os alunos até aos 12 anos”.

O PCP também defendeu que “está na altura de elaborar um plano sério e gradual de desconfinamento”. Jerónimo de Sousa já tinha alertado que, perante a diminuição de casos positivos, é “urgente preparar o regresso à atividade normal e recuperar os atrasos verificados relativamente a outras patologias”.

A deputada Mariana Silva, do PEV, utilizou os mesmos argumentos para defender que “é tempo, perante estes números positivos, de olhar para um desconfinamento geral e de nos prepararmos para isso”.

“Este não é o momento” O Governo não quer ainda falar em desconfinamento. A ministra da Saúde, Marta Temido, alertou que “este não é o momento para falar de tempos e de modos” em relação ao desconfinamento.

“Este é o momento de conter a doença (…) Temos valores que resultam de um esforço. Se esse esforço se inverter, voltaremos a atingir números de incidência e de risco efetivo de transmissão que não são compatíveis com o que precisamos de garantir”, disse Marta Temido.

O Partido Socialista também defendeu que é preciso continuar com o confinamento geral para que “não se deite por terra” todo o esforço feito pelos portugueses até agora. “Em meados de março poderemos reavaliar e começarmos, então aí, a perspetivar as condições em que poderá ocorrer o desconfinamento”, assegurou José Luís Carneiro, secretário-geral adjunto do PS.

Marcelo ouve partidos Marcelo Rebelo de Sousa vai ouvir os partidos com assento parlamentar, por videoconferência, entre terça e quarta-feira sobre a renovação do estado de emergência.

Iniciativa Liberal, Chega, PEV, PAN, CDS e PCP serão ouvidos esta terça-feira, a partir das 14h30. Na quarta-feira, o Presidente da República, que estará no Palácio de Belém, vai ouvir o Bloco de Esquerda, o PSD e, por último, o Partido Socialista. A Assembleia da República vai discutir a renovação do estado de emergência na quinta-feira.