Groundforce apela ao diálogo para acabar “rapidamente com clima de incerteza”

Esta é a resposta da empresa depois de várias dezenas de trabalhadores terem-se manifestado ontem, em Lisboa, exigindo o pagamento do salário de fevereiro e os subsídios em falta, criticando ainda a postura do Governo e do sindicato. 

O presidente do conselho de administração da Groundforce apelou ao diálogo a todos os envolvidos para que termine “rapidamente a este clima de incerteza”. Esta é a resposta da empresa depois de várias dezenas de trabalhadores terem-se manifestado ontem, em Lisboa, exigindo o pagamento do salário de fevereiro e os subsídios em falta, criticando ainda a postura do Governo e do sindicato. 

Alfredo Casimiro disse ainda que pediu uma audiência com caráter de urgência ao ministro das Infraestruturas e Habitação, bem como aos grupos parlamentares na Assembleia da República e justifica essa situação com a “queda abrupta da aviação comercial, em particular da operação da TAP (principal cliente da Groundforce e seu acionista de referência) nos aeroportos portugueses”. E deixa uma garantia: “Não pedimos dinheiro ao Estado, pedimos um aval uma vez que a nossa atividade assenta em licenças atribuídas pelo próprio Estado”.

A Grounforce garante também que “desde a primeira hora” trabalhou com todos os meios ao seu dispor, com a tutela e a administração da TAP, “para que fosse encontrada uma solução para que a empresa conseguisse honrar os seus compromissos”, acrescentando que considera “incompreensível que, tanto tempo decorrido, o aval não tenha sido ainda concedido”.

Recorde-se que para proceder ao pagamento dos salários de fevereiro, a Groundforce solicitou o adiantamento do pagamento, em parte ou no todo, das faturas emitidas à TAP pelos serviços prestados em dezembro 2020 e janeiro 2021 e que totalizam 6 milhões de euros. “A resposta que recebemos é para incompreensível, e temos razões fundamentadas para acreditar também ilegal: a entrega como garantia do penhor das ações de um acionista (Pasogal) a outro acionista (TAP)”. 

Também a SITVA reagiu à situação que é vivida na empresa ao considerar que o Governo não deve excluir nenhuma solução, “tal como aliás tem acontecido com diversas empresas consideradas estratégicas e necessárias para a economia nacional”.

A estrutura sindical diz ainda que a Groundforce é uma empresa estratégica para a TAP e para o país, responsável pela assistência em terra às principais companhias aéreas que operam em Portugal. “É uma empresa que não tem dívida bancária, nem qualquer passivo e, portanto, viável e sustentável, que não pode ficar refém de interesses particulares que ponham em causa a viabilidade da mesma e dos cerca de 2400 postos de trabalho”.