Reescrever a História para agradar aos “anti-racistas”

Simpatizantes e apoiantes do sr Mamadou vieram dizer que ele estava a falar em sentido figurado e não se referia à morte física das pessoas de raça branca. Houve mesmo um programa televisivo, supostamente de verificação de factos e identificação de notícias falsas, no qual se disse o mesmo.

O sr Mamadou Ba, dirigente da Associação SOS Racismo, foi recentemente convidado pelo Governo para integrar o Grupo de Trabalho para a “Prevenção e o Combate ao Racismo e à Discriminação[1]” cuja missão é produzir recomendações para as políticas públicas em matéria de prevenção e combate ao racismo e à discriminação étnico-racial. O Sr Mamadou Ba também declarou recentemente nas redes sociais “Nós temos é que matar o homem branco como sugeria o Fanon[2]”. De imediato choveram críticas, das quais o sr Mamadou Ba se defendeu dizendo que apenas estava a citar o Fanon. Isso é óbvio mas também irrelevante. O que interessa é que citou concordando. Imediatamente simpatizantes e apoiantes do sr Mamadou vieram dizer que ele estava a falar em sentido figurado e não se referia à morte física das pessoas de raça branca. Houve mesmo um programa televisivo, supostamente de verificação de factos e identificação de notícias falsas, no qual se disse o mesmo. Decidi fazer a minha própria verificação e encontrei na internet o livro “Os condenados da Terra”, do sr Frantz Fanon[3], que nos esclarece claramente qual a forma como o sr Fanon achava que se devia matar o homem branco e com a qual o sr Mamadou concorda. Transcrevo alguns excertos:

“O colonizado se cura da neurose colonial passando o colono pelas armas” (pág. 14)

“É preciso matar: abater um europeu é matar dois coelhos de uma só cajadada” (pág. 14)

“O colonizado …. está preparado sempre para a violência. Desde seu nascimento percebe claramente que este mundo estreito …. não pode ser reformulado senão pela violência absoluta” (pág 27).

“Entre opressores e oprimidos tudo se resolve pela força” (pág. 55)

“Trabalhar significa trabalhar para a morte do colono” (pág. 66)

“Ao nível do indivíduo a violência desintoxica” (pág. 74)

(caro leitor: se não acredita, por favor verifique por si próprio. Para este efeito deixo-lhe o link das declarações do sr Mamadou e o link do livro).

O nosso Governo diz que está muito empenhado no combate ao discurso do ódio e ao racismo. Então porque é que convidou para o Grupo de Trabalho o mais mediático defensor e instigador do ódio racial em Portugal (o convite data de Janeiro de 2021, depois das declarações a dizer que temos de matar o homem branco, que são de Novembro de 2020)?  Porque o sr Mamadou se auto-intitula “anti-racista”? Porque o Governo quer o apoio parlamentar dos defensores de causas fracturantes?

Recentemente grupos que se auto-intitulam anti-racistas defenderam a remoção da estátua do Padre António Vieira das nossas ruas porque era um “colonialista” e se sentem ofendidos com a preservação da sua memória.  O Padre António Vieira, bem como diversos “colonialistas” como o Infante D. Henrique, Vasco da Gama, Camões e muitos outros, fazem parte da nossa História, memória colectiva e Cultura, que os “anti-racistas” querem rescrever ao seu gosto. E no mundo de hoje, em que a globalização, de cujos benefícios ninguém quer prescindir, impõe limitações à independência nacional, o que existe e temos de defender é a identidade nacional, que se expressa essencialmente na Economia e na Cultura. E o poder politico que temos, interesseiro, vendido, e sem convicções, não se importa de apagar parte da nossa História e Cultura para agradar a pessoas que se sentem ofendidas com símbolos dessa História e Cultura e conseguir mais apoio parlamentar para se manter no poder a todo o custo. A não reconstrução dos brasões florais das cidades das nossas ex provincias ultramarinas nas obras da Câmara Municipal de Lisboa na praça do Império e a proposta de um deputado do PS de destruir o Padrão dos Descobrimentos são outros sintomas destas ideias e políticas. E se o Sr Mamadou se ofende com símbolos da nossa História, se quer “matar o homem branco assassino, colonial e racista” como declara no video, porque razão veio viver para um país com um passado colonial que o ofende e cuja imensa maioria da população, por ser branca, é, na sua perspectiva, assassina, colonial e racista? 

Recentemente faleceu o tenente-coronel Marcelino da Mata, o oficial mais condecorado das Forças Armadas portuguesas, por feitos no campo de batalha. Arriscou numerosas vezes a vida ao serviço de Portugal e foi insultado pelo sr Mamadou depois de morrer. Recorde-se que o exército português nunca foi um exército político, fascista, sempre foi de Portugal. Se não fosse assim não teria havido 25 de Abril. E não é por ter a cor de pele do Sr Mamadou que o respeito por Marcelino da Mata é menor. A imensa maioria dos portugueses nada tem contra a cor da pele do sr Mamadou, mas não tem a menor simpatia pela sua atitude e ideias criminosas e anti-portuguesas, tal como, concerteza, a maioria das comunidades africanas residentes em Portugal.

Mário Lopes
membro da Assembleia de Freguesia do Lumiar (PSD)
mariolopes@tecnico.ulisboa.pt

 


[2] https://www.youtube.com/watch?v=xA-sZlmFWQM

 

[3] https://www.trama.ufscar.br/wp-content/uploads/2014/08/Os_condenados_da_Terra-Frantz-Fanon.pdf