Navalny queixa-se de “fortes dores nas costas” e não sente uma perna, revelou advogada

O opositor do Governo russo foi analisado por um neurologista que lhe receitou apenas comprimidos de Ibuprofen, um medicamento anti-inflamatório.

A saúde de Alexei Navalny está a deteriorar-se desde que foi enviado para uma colónia penitenciária, afirmou a advogado do opositor russo, Olga Mikhailova.

Uma das advogadas do principal adversário político do Kremlin disse à agência de notícias AFP que Navalny se queixa de “fortes dores nas costas” e que, nesta terça-feira, deixou de sentir uma das pernas.

O opositor do Governo russo foi analisado por um neurologista que não divulgou o diagnóstico, apenas indicou que lhe receitou comprimidos de Ibuprofen, um medicamento anti-inflamatório.

"É todo o tratamento", lamentou a advogada, ao apontar que os comprimidos não ajudaram o prisioneiro Navalny. "Não sei o que se passa com ele. Deveria ser visto por um verdadeiro médico", admitiu Mikhailova.

A advogada ainda não conseguiu estar com o seu cliente, que está detido numa colónia penitenciária de Pokrov, a 100 quilómetros a leste de Moscovo, considerada uma das mais duras no país.

Um dos principais colaboradores de Navalny, Leonid Volkov, acusa a administração da penitenciária de estar a tentar ocultar a possível transferência para a enfermaria.

"Não sabemos onde se encontra Navalny nem o motivo por que o escondem dos seus advogados", afirmou numa publicação do Facebook.

A colaboradora Maria Pevtchikh também recorreu às redes sociais para se manifestar: “estou extremamente preocupada" pela "rápida deterioração do seu estado de saúde".

"Pensamos que a vida de Navalny está em perigo e exigimos que tenha acesso aos seus advogados", escreveu no Twitter.

Desde a sua chegada ao campo de Pokrov, Alexei Navalny explicou duas vezes nas redes sociais as condições de detenção pelas quais está a viver, ao comparar o seu quotidiano como a de um 'Stormtrooper' na "versão russa da Guerra das Estrelas", devido à rígida disciplina em vigor.

Nesta descrição, o detido associou a colónia penitenciária a um “campo de concentração”.