Presidente da República envia recados ao Governo e pede “moderação” aos portugueses

Presidente da República envia recados ao Governo e pede “moderação” aos portugueses. “Ainda não chegamos à meta”, alerta.

O Presidente da República apelou ao Governo que é preciso “vacinar mais e mais depressa”. Marcelo Rebelo de Sousa falou ao país sobre a renovação do estado de emergência e alertou que “um desconfinamento bem sucedido” exige testar, rastrear e vacinar, nomeadamente nas escolas que já reabriram ou vão abrir a seguir à Páscoa.

Numa intervenção com cerca de sete minutos, ao início da noite desta quinta-feira, o chefe de Estado deu uma espécie de guião para cumprir o plano de desconfinamento com recados para o Governo e um apelo à “prudência” dos portugueses. “Testar, rastrear, vacinar são essenciais, mas não bastam. É preciso sensatez e, desde já, sensatez durante a semana da Páscoa”.

Marcelo lembrou que a seguir à Páscoa, ou seja, no dia 5 de abril, vão reabrir mais escolas e outras atividades económicas e “temos de dar esses passos” de modo a que os números de infetados e de mortos não aumentem. “Estamos mais perto do que nunca, mas ainda não chegámos à meta que desejamos: um verão e um outono que representem mesmo o fim de mais de um ano de vidas adiadas e desfeitas. Há ainda caminho a fazer. Há ainda moderação a manter”, acrescentou.

“Isto não terminou” O Parlamento aprovou a renovação do estado de emergência até ao dia 15 de abril com os votos do PS, PSD, CDS, PAN e da deputada não inscrita Cristina Rodrigues.

PCP, Partido Ecologista “Os Verdes”, Iniciativa Liberal, Chega e Joacine Katar Moreira voltaram a votar contra. O Bloco também manteve a abstenção.

O ministro Eduardo Cabrita encerrou o debate a alertar que as próximas semanas “serão decisivas e pediu “um esforço coletivo” para controlar a pandemia. “Isso depende de todos nós, isto não terminou, isto depende fundamentalmente do que fizermos nos próximos dias até à Páscoa”. O governante admitiu que o mais provável é o prolongamento do estado de emergência até ao início de maio, “em convergência com o plano de desconfinamento apresentado pelo Governo”.

O PS criticou os partidos que utilizam a pandemia para atacar o Governo. “Já fomos dos piores, hoje somos dos melhores. Ignorar deliberadamente esse facto para assumir uma atitude de bloqueio, tendo em vista visibilidade política, é inútil, perigoso, mas é sobretudo algo que os portugueses não merecem e que não deixarão de registar”, disse a deputada Maria Antónia Almeida Santos.

O PSD acusou o Governo de gerir a pandemia com critérios ideológicos e de não ter sido capaz de utilizar todos os recursos disponíveis no sistema de saúde. “Ficaram para trás milhares de vida, não apenas pela covid-19, mas por muitas outras causas que podiam e deviam ter sido evitadas se o Governo não estivesse contaminado por um preconceito ideológico da extrema-esquerda”, disse o deputado Alberto Machado.

Esquerda critica Costa O PCP, pela voz de João Oliveira, defendeu que o prolongamento do confinamento “vai continuar a fustigar a vida dos portugueses” e “devíamos estar a discutir medidas que lhes dessem alguma perspetiva de confiança e ânimo para o futuro. Em vez de medidas restritivas, devíamos estar a discutir medidas que garantissem o desconfinamento e fossem capazes de evitar novos confinamento”.

O líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, apontou “faltas de eficácia”, “ineficiências” e “incompetências” ao Governo. O BE criticou os atrasos na vacinação e na testagem. “Vacinar e testar devia ser o lema que o Governo deveria estar a implementar neste momento”, disse.