Longos telediários

Contra os longos telediários, não há nada melhor do que a possibilidade de avançar que os comandos agora nos oferecem, desde que não os vejamos em directo (como eu faço, vê-los com suficiente atraso para poder andar para trás e para a frente com o comando). Agora, além de longos, são ainda inexplicavelmente maçadores, por…

Contra os longos telediários, não há nada melhor do que a possibilidade de avançar que os comandos agora nos oferecem, desde que não os vejamos em directo (como eu faço, vê-los com suficiente atraso para poder andar para trás e para a frente com o comando).

Agora, além de longos, são ainda inexplicavelmente maçadores, por quererem não se sabe o quê, desde que possam atirar-se à situação, e em especial ao Governo. Nem sequer procuram ser um contrapoder razoável e compreensível. Querem simplesmente ser extraordinariamente apelativos, por darem lutas ferocíssimas. Estou a pensar no caso Covid: se o Governo opta por esquecer a Saúde Pública, e apoiar a economia de todos, é um ai que se esquece da Saúde Pública. Mas se opta por defender um pouco a Saúde Pública, mesmo  muito pouco, para ao mesmo tempo dar uma mãozinha à economia, é um ai pelos que não podem fazer negócios (restaurantes, ginásios ou gente da Cultura, ou proprietários de bares), e mais ais que não sei porquê.

Insuportáveis. Só do contra, nunca o desejável contrapoder ponderado. Benditos comandos que permitem a aceleração dos programas que não se vêem em directo. E hoje só um idiota, ou um impedido de fazer outra coisa (normalmente pessoas que também não fazem compras, e para quem a publicidade só é chata e inútil), é que vêem programas em directo.

Mesmo em Odemira, para continuarem na sua senda, nem sabiam que posição tomar, ou em que informação se empenhar: migrantes, vizinhos, proprietários ou advogados de quem for.

Estou a lembrar-me de quando fazia crónicas de TV, a enorme audiência dos telediários deviam apanhar a população quase inteira, pelo que não se perceberia o facto de a maioria das pessoas desconhecer temas que tinham estado destacados vários dias em todos os telediários. Se há casos em que sondagens e estudos de opinião não correspondem à realidade é na programação das TVs. E menos ainda com estes comandos. Para já, podemos imaginar o tempo que as TVS estão acesas sem ninguém as ver.