Homem diz que disparou contra cara do sobrinho de 5 anos porque estava a matar ratos

Arguido alega que não prestou auxílio à criança e que se fechou no quarto porque ficou “bloqueado”.  

Um homem de 33 anos admitiu, esta segunda-feira, no Tribunal de Ovar, no distrito de Aveiro, que disparou uma pistola de ar comprimido que acabou por atingir uma criança de cinco anos, seu sobrinho, na cara. Mas garantiu que se tratou de um acidente.

Na primeira sessão do julgamento, o arguido alegou que disparou a arma porque queria "matar os ratos" que andam na casa da sua mãe.

"Estava a disparar em direção à comida para atingir uma ratazana", quando terá surgido a criança que foi atingida na cara, justificou.

O acusado disse ainda que ficou “bloqueado” e que foi por isso que não prestou auxílio ao sobrinho.

Sublinhe-se que o homem estava acusado pelo Ministério Público (MP) de um crime de homicídio qualificado na forma tentada, mas após a abertura de instrução foi pronunciado por um crime de ofensa à integridade física agravada.

Os factos remontam a 29 de julho de 2019, quando dois sobrinhos menores do arguido entraram no quarto do tio, que dormia em casa da mãe, que os assustou, "bateu as duas mãos simulando um soco", assustando uma das crianças que saiu da divisão, lê-se na acusação do MP, citada pela agência Lusa.

A outra criança entrou no quarto do arguido e este, desagradado com a presença do menor, terá pegado numa arma de ar comprimido e desferiu com esta uma pancada no nariz do menor, tendo de seguida apontado a arma para a cabeça e efetuado um disparo, que atingiu a criança na face, refere ainda a acusação.

Após o crime, o arguido fugiu para a Suíça, levando a arma do crime, e só regressou a Portugal em outubro desse ano, quando foi detido pela Polícia Judiciária, que tinha um mandado de detenção contra ele.