Acolhimento. Portugal já acolheu 772 refugiados sob programa da ONU

Amnistia realizou uma vigília em Lisboa com o objetivo de entregar o manifesto “Eu acolho”.

São já 772 os cidadãos recebidos em Portugal ao abrigo do Programa Nacional de Reinstalação do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), adiantaram numa nota à comunicação social os gabinetes da Ministra de Estado e da Presidência, do Ministro da Administração Interna e da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Esta semana foram acolhidos 31 cidadãos estrangeiros, 30 deles refugiados – 8 vindos da Turquia e 22 do Egipto.

Foi ainda resgatado do mar Mediterrâneo na passada sexta-feira um migrante proveniente de Itália, elevando para 235 o número de cidadãos acolhidos no país após serem salvos na travessia de África para a Europa.

Portugal é o 6º estado-membro da União Europeia que mais pessoas acolheu no âmbito do Programa ACNUR.

Marcelo alerta para discursos oportunistas O Presidente da República alertou ontem num discurso alusivo ao Dia Mundial do Refugiado – instituído pelas Nações Unidas em 2001 – para a “indiferença que tantas vezes se traduz na linguagem fácil dos números”.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “embora os números impressionem”, uma vez que “a cada dois segundos existe um deslocado no mundo”, a realidade dos refugiados “não trata de estatísticas: trata de pessoas como nós, a quem devemos solidariedade como valor concreto e fundamental”, reiterou o presidente.

O Chefe de Estado referiu que a iniciativa das Nações Unidas em criar este dia lembra a importância de um “dever de cuidado” que se “acentuou com a pandemia, pelas dificuldades acrescidas no acesso à saúde e à educação para os milhões de deslocados em todo o mundo”.

Vigília A Amnistia Internacional assinalou ainda a data com uma vigília realizada entre as 21h00 e as 22h30 na praça da Europa, em Lisboa, à beira do rio Tejo, local simbólico, aludindo às “portas da Europa”. Entre os objetivos da iniciativa estava o de entregar o manifesto “Eu acolho” – que conta com mais de 15 mil assinaturas – ao primeiro-ministro, convidado a estar presente pela organização assim como ao Presidente da República, ao ministro dos Negócios Estrangeiros, ao ministro da Administração Interna e aos vários grupos parlamentares.