Merkel disse o que nós pensamos

Às vezes penso que a campanha anti-sanitária da candidata do PP de Madrid, e o seu sucesso com ela, foram mal compreendidos em Portugal, onde não se conhece o voto demasiado ideológico e muito mais rígido de Espanha.

por Pedro d'Anunciação

Merkel só disse da vinda de ingleses para Portugal, no seu regabofe de hooligans (que em português poderíamos traduzir por vândalos), o que muitos de nós pensávamos, e dizíamos de forma menos impactante.

Não se percebe o motivo da admiração de pessoas como Marcelo Rebelo de Sousa (PR), António Costa (PM) ou Augusto Santos Silva (MNE). Embora as reacções tenham sido muito mais pequenas que com outros países (a darem uma ideia de respeitinho). Mesmo a reacção de Bruxelas pareceu-me muito contida, e apenas com o fim de satisfazer queixinhas nacionais.

Não é verdade que fossem regras europeias, porque nenhum outro pais da Europa se dispôs a recebê-los da mesma maneira; nem sequer a Grã Bretanha, que conhece melhor os hooligans que ninguém. E não foram só no Porto, na final da Champions. Houve também os que andaram (alguns eram os mesmos) por outros sítios turísticos, como Lisboa ou Albufeira, para não referir muito mais lugares de Portugal. E poucos dias depois da desinça do Sporting.

Seria só para satisfazer alguns empresários de hotelaria e  restauração, que se limitam a estar no seu papel reivindicativo? Mesmo entre estes há uma quantidade assinalável de favoráveis às medidas sanitárias.

Às vezes penso que a campanha anti-sanitária da candidata do PP de Madrid, e o seu sucesso com ela, foram mal compreendidos em Portugal, onde não se conhece o voto demasiado ideológico e muito mais rígido de Espanha.