Manifestação de setor da noite decorre hoje em frente à AR

Mais importante “é o Governo entender que tem de ouvir os empresários” afirma José Gouveia, ao i.

“Estamos com 60% das empresas falidas e os outros 40% não vão chegar ao final do verão, se o Governo teimar em manter estes estabelecimentos encerrados”, afirma ao i porta-voz do “Movimento Sobreviver A Pão e Água” e presidente da Associação Nacional de Discotecas (AND), José Gouveia. Face a este cenário está a ser organizada para hoje uma manifestação à frente da Assembleia da República.

As principais reivindicações em relação aos espaços noturnos dizem respeito aos “apoios às empresas que estão encerradas por decreto desde março de 2020, ligadas às indústria da noite”, a “abertura dos espaços noturnos com as devidas restrições, nos concelhos onde isso é possível”. José Gouveia lembra que o apoio dado aos empresários deste setor foi quase nulo, sendo que, desde fevereiro deste ano que é mesmo inexistente, tal como “a perspetiva de virem a existir mais apoios”.

No âmbito da restauração, “tendo em conta as declarações de vários especialistas e da ministra Marta Temido, relativamente aos restaurantes não serem um foco de transmissão”, o sindicalista afirma que não entender “o encerramento aos fins de semana e as limitações horárias”, pedindo assim que “essa parte seja revista”.

“Mas mais importante do que tudo isto”, avança ao i José Gouveia, “é o Governo entender que tem de ouvir os empresários, um pouco à imagem do que aconteceu com Emmanuel Macron, em França, onde este percebeu o contributo que este industria dá à economia nacional”.

O presidente da AND acredita que, se os restaurantes e espaços noturnos continuarem com restrições ou encerrados, podem existir graves repercussões para o turismo em Portugal, uma vez que “os turistas não vêm, infelizmente, só à procura do nosso clima e das nossas praias, vêm também à procura da nossa gastronomia e da nossa diversão noturna, estando nós, neste momento a reduzir a 50% ou a um terço a nossa oferta”.

A manifestação do “Movimento Sobreviver a Pão e Água” realizar-se-á hoje pelas 15 horas em frente à Assembleia da República. As medidas de restrição que há 15 meses afetam o setor continuam a ser o mote de todas as reivindicações.

Alguns dos manifestantes que hoje se juntam ao movimento, já tinham “aproveitado a boleia” da concentração do partido Chega no passado dia 1 de julho, contra as restrições para controlo da pandemia. No entanto, houve quem preferisse não fazer misturas e evitar a concentração liderada pelo partido de extrema-direita mantendo-se exclusivamente associado ao seu próprio movimento.