Luis Filipe Vieira e ‘Rei dos Frangos’ foram detidos

Em causa estão suspeitas de crimes de burla qualificada ao Fundo de Resolução bancária e ainda crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais. Mas novas detenções podem ocorrer ainda durante o dia de hoje

O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, e o empresário seu amigo, colaborador e sócio José António dos Santos (conhecido por “O Rei dos Frangos”) foram detidos por ordem do juiz Carlos Alexandre, no âmbito de uma operação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) que investiga suspeitas de crimes de burla ao Fundo de Resolução bancária e de abuso de confiança em relação ao próprio clube – apurou o Nascer do Sol de fonte judicial. Mas novas detenções podem ocorrer ainda durante o dia de hoje

 A operação, que está a ser levada a cabo por mais de uma centena de agentes da PSP e da Inspeção Tributária (IT), inclui buscas que estão a ser realizadas às instalações do Benfica, à sede do Novo Banco (do qual o presidente do clube é um dos grandes devedores, desde o tempo do BES), aos escritórios da Promovalor (empresa imobiliária de Vieira, em Santo António dos Cavaleiros) e da Avibom (firma de avicultura de José António dos Santos), e às sociedades gestoras de fundos C2 Capital Partners (antiga Capital Criativo) e Iberis Semper.

Trata-se do culminar de um longo processo de investigação que teve origem na Operação Monte Branco, que em 2011 desmantelou uma rede dedicada à prática de crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais (incidindo sobre movimentos financeiros ilícitos ocorridos desde 2006, no valor de centenas de milhões de euros), que operava a partir da Suíça, permitindo a centenas de empresários portugueses fugir aos impostos e apagar o rasto das suas fortunas. Nas buscas feitas ao então BES (cuja resolução, em 2014, deu origem ao Novo Banco) foi descoberta informação que permitiu mais tarde a extração de uma certidão judicial com vista a investigar a dívida de Vieira ao banco extinto, a qual já havia transitado para a instituição que lhe sucedera.

A operação desencadeada esta manhã está a ser coordenada pelo procurador da República Rosário Teixeira, pelo inspetor da delegação de Braga da IT, Paulo Silva, e pelo juiz Carlos Alexandre, o trio que há quase sete anos deteve o ex-primeiro ministro José Sócrates por suspeitas de corrupção passiva, evasão fiscal e branqueamento de capitais.

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