Eduardo Cabrita aponta dedo ao Sporting e à CML

O ministro da Administração Interna acusou o Sporting de ‘ausência de cooperação’ no caso dos festejos do título em Lisboa.

Eduardo Cabrita aponta dedo ao Sporting e à CML

Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, colocou sobre o Sporting Clube de Portugal o principal ónus da responsabilidade pelos acontecimentos de maio deste ano, quando o clube se tornou campeão nacional e se registaram desacatos entre os adeptos leoninos e a Polícia de Segurança Pública. Cabrita tornou públicas as conclusões do inquérito feito pela  Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI), para o qual, argumenta o ministro, o Sporting não colaborou. O clube «não respondeu a qualquer pedido de esclarecimento feito pela IGAI», disse, qualificando a falta de resposta como de «especial gravidade», antes de garantir que todas as outras entidades contactadas pela IGAI (Câmara  de Lisboa, PSP e MAI) colaboraram com o inquérito em questão.

«As celebrações são da inteira responsabilidade do Sporting num modelo acordado com a autarquia», defendeu Eduardo Cabrita, que acusou o Sporting de não ter aceite as sugestões da PSP, o que criou «condições particularmente difíceis» para o trabalho policial. «A PSP fez um conjunto de propostas, designadamente sugerindo um modelo de realização dentro do estádio. Se o promotor entende que não é viável, a PSP fez o que devia: organizou a resposta de segurança pública para o modelo que foi recebido. Não é o Ministério da Administração Interna que tem nas suas competências a organização», continuou Eduardo Cabrita, que lembrou ainda que «não pode ser a PSP forçar o dono da casa a que a celebração fosse feita dentro do estádio».

 

IGAI sem base legal para punir PSP

Como conclusão do inquérito, a IGAI defendeu que a Polícia de Segurança Pública poderia ter atuado melhor, mas diz não ter razões suficientes para agir judicialmente contra a PSP. A estrutura fiscalizadora, aliás, atira culpas à autarquia, ao clube e ao próprio Ministério da Administração Interna, alegando que as várias entidades falharam na organização e na prevenção dos festejos que se seguiram ao jogo entre o Sporting CP e o Boavista FC, que culminaram numa festa verde-e-branca na capital e, mais tarde, em confrontos entre a Polícia e os adeptos, que começaram na zona exterior do Estádio de Alvalade e acabaram na rotunda do Marquês de Pombal.