Moody’s ameaça baixar o ‘rating’ de Portugal

A agência de notação financeira Moody’s anunciou hoje ter posto em revisão o ‘rating’ da dívida de Portugal, com vista a um possível corte de um ou dois níveis.

portugal tem actualmente um rating de a1, sendo que caso de materialize o corte mais agressivo, portugal passará a ter uma avaliação de a3, refere a moody’s em comunicado.

são três as preocupações que levaram a agência de notação financeira a ameaçar cortar o rating da república portuguesa: vitalidade da economia, a capacidade de acesso aos mercados financeiros e a possível necessidade de apoio ao sector financeiro.

a primeira das preocupações identificadas pela moody’s diz respeito às «incertezas quanto à vitalidade da economia portuguesa no longo prazo, que podem ser exacerbadas pelo impacto da austeridade orçamental».

o fraco crescimento económico, devido sobretudo à frágil procura interna, é motivo de preocupação, segundo a moody’s, acrescentando que «além disso, as pressões deflacionistas em resultado da consolidação orçamental e da desalavancagem da banca, colocam pressão adicional no crescimento do pib».

a segunda preocupação assinalada pela moody’s prende-se com a capacidade de portugal aceder ao mercado de capitais a um preço «sustentável».

a agência de notação financeira alerta para o custo que o governo pode ter que pagar para se financiar nos mercados ao longo dos próximos anos.

a última questão assinalada pela moody’s refere-se ao aumento dos «desafios» que enfrenta o sector bancário, que poderão «ter um impacto nas contas públicas».

a moody’s sublinha ainda a dependência da banca em financiar-se junto do banco central europeu (bce) e admite que o governo precisará de dar «mais apoio» aos bancos, de modo a que estes possam ganhar a confiança dos mercados e assim voltarem a obter financiamento no mercado.

a 17 de dezembro a agência cortou o rating da irlanda em cinco níveis e na véspera ameaçou cortar o rating da grécia. a 15 de dezembro também o rating de espanha foi revisto.

já no início do mês, a standard & poor´s tinha colocado o rating da dívida da república portuguesa de longo e curto prazo «sob vigilância com implicações negativas».

lusa/ sol