Brasil alvo de críticas na cimeira da ONU

Entre a desinformação e casos positivos de covid-19, a comitiva brasileira na primeira cimeira das ONU presencial desde o início da pandemia está a ser condenada.

Perante os avisos do secretário-geral da ONU, António Guterres, em Nova Iorque, durante a primeira cimeira das Nações Unidas em pessoa desde o início da pandemia, da «doença contagiosa» que é a desconfiança gerada pela desinformação que geram desconfiança na população, o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, presente no evento, distorceu dados sobre a pandemia e a corrupção.

O Presidente do Brasil afirmou que o país «está há dois anos e oito meses sem nenhum caso concreto de corrupção», não mencionando os alegados casos de corrupção na aquisição de vacinas contra a covid-19, envolvendo elementos do executivo, que valeram uma investigação por parte da Polícia Federal, e defendeu a eficácia de tratamentos não comprovados contra a covid-19, como a utilização de remédios contra a malária, como cloroquina e a hidroxicloroquina, e outras substâncias que diz ter utilizado quando foi infetado pelo coronavírus no ano passado.

Para além de partilhar esta desinformação, a delegação brasileira, composta por cerca de 50 pessoas, ainda gerou um mal-estar na cimeira depois de terem sido registados pelo menos dois casos positivos de covid-19 entre esta comitiva e Bolsonaro ter admitido não se ter vacinado.

Os políticos e diplomatas brasileiros em Nova Iorque foram colocados em isolamento face à infeção do ministro da Saúde brasileiro, Marcelo Queiroga, que testou positivo à covid-19.

O comportamento da delegação brasileira gerou críticas por parte da comunidade internacional que receiam contrair o vírus. «Precisamos de enviar uma mensagem a todos os líderes mundiais, principalmente a Bolsonaro, do Brasil, que se quiser vir para cá, precisa de estar vacinado», declarou publicamente o Presidente de Nova Iorque, Bill de Blasio, na segunda-feira.

 

Questão dos submarinos

Face ao dilema provocado pela nova aliança entre os EUA, Reino Unido e Austrália, para, alegadamente, o pacto AUKUS, impedir o crescimento da China na região Indo-Pacífico, e que irá permitir que o país da Oceânia construa submarinos movidos a energia nuclear pela primeira vez, o Presidente dos EUA e da França concordaram reunir-se para solucionar a tensão deste dilema.

A França afirmou sentir-se «traída» uma vez que possuía um contrato para vender submarinos à Austrália e acusou os membros da aliança, especialmente os EUA de provocarem uma «grande quebra de confiança».   Depois de uma chamada telefónica entre Joe Biden e Emmanuel Macron, os dois Presidentes resolveram que iam avançar com consultas aprofundadas de forma a reconstruir a confiança perdida após a construção desta aliança.

Assim, a França irá voltar a enviar o seu embaixador para Washington e, no final de outubro, Biden e Macron concordaram em reunir-se na Europa.