As apostas online bateram recordes em Portugal nos primeiros seis meses do ano, depois de no ano passado já terem dado um salto significativo. E a par de outros setores que, em contracorrente, parecem ter lucrado com a pandemia, os dados disponíveis das receitas geradas pela atividade de jogos e apostas online não deixam margem para dúvida. Ao passo que por exemplo a receita com raspadinhas desceu, nunca se apostou tanto online em Portugal como em 2020 e mais ainda no primeiro semestre de 2021.
Nos primeiros seis meses do ano, revela o último relatório do Serviço de Regulação Inspeção de Jogos, que supervisiona o setor, as apostas online ascenderam a 3988 milhões de euros, o que dá cerca de 22 milhões de euros por dia, mais de 900 mil por hora.
O recorde foi atingindo no primeiro trimestre do ano, quando o país estava confinado: as receitas com apostas desportivas online chegaram aos 423,8 milhões de euros e o valor de apostas em jogos de fortuna ou azar (como casinos) totalizou 1606,8 milhões de euros, perfazendo assim mais de 2 mil milhões de euros.
No segundo trimestre, os últimos dados disponíveis, diminuíram as apostas desportivas mas as apostas em jogos de fortuna ou azar voltaram a ter um acréscimo, agora mais ligeiro.
No ano passado, no total, as apostas online totalizaram 5,4 mil milhões de euros, sendo o ano com maior valor apostado online desde que há registos. O que 2021, se a trajetória dos primeiros seis meses continuar, vai ultrapassar.
Segundo o último relatório do Serviço de Regulação Inspeção de Jogos, tutelado pelo Turismo de Portugal, as apostas online em jogos de máquinas, que simulam as máquinas dos casinos, representam mais de 75% das apostas em jogos de fortuna ou azar. Já a roleta francesa representa 10,14% do total, seguindo-se as apostas em blackjack. Já nas apostas desportivas, o futebol é a modalidade com maior volume de apostas, representando 77,48% do total.
Só no segundo trimestre deste ano houve 151,9 mil novos registos de jogadores, ainda assim menos do que os 329,4 mil que se registaram pela primeira vez (ou com outro utilizador) no primeiro trimestre. A maioria dos jogadores registados (60,9%) tem entre 25 e 44 anos, com cerca de 22,4% com idades entre os 18 e os 24 anos de idade. No segundo trimestre de 2021, houve 653,2 mil jogadores que fizeram pelo menos uma aposta online, menos do que os 770,5 mil que tentaram a sorte pelo menos uma vez no primeiro trimestre, o que dá quase 10% da população portuguesa a jogar, mais ainda se se tiver em conta que não podem registar-se menores de 18 anos.
Com o aumento do jogo, têm aumentado os utilizadores que pedem a sua autoexclusão do acesso a estes sites de apostas, que também nunca foram tantos. No final de junho, havia 93,6 mil portugueses autoexcluídos da prática de jogos online, o que compara com 56,6 mil no mesmo mês do ano passado.