Vila Galé quer trazer 150 trabalhadores do Brasil para colmatar falta

Apesar de “não ter havido despedimentos” no grupo durante a crise pandémica, o responsável lembra que, no ano passado, os contratos a prazo não foram renovados.

O presidente do Vila Galé afirma que o grupo continua a debater-se com a falta de recursos humanos na hotelaria, construção e agricultura, prevendo contratar 300 jovens à procura do primeiro emprego e trazer 150 trabalhadores do Brasil.

Jorge Rebelo de Almeida diz que este ano houve efetivamente mais dificuldades de recrutamento para funções operacionais nas unidades e que, assim sendo, no início de 2022 o grupo vai iniciar um plano de recrutamento que deverá incluir várias iniciativas desde o recrutamento de jovens à procura do primeiro emprego, programa de estágios curriculares e programas de intercâmbio Portugal-Brasil.

"O importante neste momento, para que no próximo ano possamos estar já a trabalhar em força, é conseguir que as pessoas fiquem no seu posto de trabalho. No caso do Vila Galé estamos a pensar iniciar um plano para contratar jovens à procura do primeiro emprego, dar-lhes formação, e esperamos que com o apoio do IEFP. Achamos também que é fundamental dar formação às pessoas até março", afirmou o presidente da cadeia hoteleira em declarações à Lusa.

Apesar de "não ter havido despedimentos" no grupo durante a crise pandémica, o responsável lembra que, no ano passado, os contratos a prazo não foram renovados.

"Não havia expectativas de quando é que poderíamos voltar a precisar das pessoas. Mas, hoje precisamos de gente para trabalhar e há falta de pessoas", afirma, acrescentando ter perceção de que houve muitos trabalhadores a mudarem de atividade.

"Nós sempre tivemos uma política de manter os trabalhadores fixos porque a melhor garantia que as empresas podem ter é ter 'brigadas' de pessoas fixas, integradas na empresa, porque o serviço melhora muito", justifica.

"Por incrível que pareça, pessoas quer tínhamos a trabalhar connosco, com o início da pandemia, começaram a ficar muito preocupadas e foram trabalhar para outros ramos e nós na Vila Galé temos três frentes: a construção, a hotelaria e a agricultura. Em qualquer uma das três há hoje uma quebra tremenda de pessoal e é, por isso, que vamos dar formação e estamos a programar ir contratar no Brasil (…) Nós, embora numa escala muito menor, já fazemos esse intercâmbio", acrescenta Rebelo de Almeida.

O responsável justifica esta última medida com o facto de o grupo ter 10 hotéis no Brasil e de os dois mercados estarem em contraciclo, já que agora lá adivinha-se "a temporada alta".

Para além da mudança da atividade, o presidente do Vila Galé acredita também que muitas das pessoas que ficaram sem trabalho e que foram para os centros de emprego, quando foram necessários, "não quiseram estar a interromper o subsídio para virem trabalhar dois ou três meses (no verão, por exemplo)", sabendo que provavelmente "em outubro poderiam não ter trabalho".