DGS divulga plano de resposta para o outono/inverno

Plano é apresentado um mês mais tarde do que aconteceu em 2020. Mantém circuitos separados para doentes covid e não covid e traça três cenários, admitindo reforço de medidas não farmacológicas se epidemia se agravar.

A Direção Geral da Saúde divulgou esta noite o referencial de resposta dos serviços de saúde para o outono/inverno. No ano passado, o plano foi apresentado a 21 de setembro e a apresentação sofreu agora um atraso de um mês. Questionado pelo i durante a semana, o Ministério da Saúde não deu qualquer previsão sobre quando seria divulgado o documento e a estratégia apresentada. A luz verde para publicação chegou hoje.

Mantém-se a organização do ano passado, com áreas dedicadas a doentes respiratórios e os médicos de família a fazer 'trace-covid', duas queixas que têm sido feitas pelos clínicos que ficam assim com menos tempo para acompanhamento dos doentes das suas listas. Também nos hospitais deve manter-se a separação de circuitos. Para a resposta a doentes não covid, a DGS estabelece que devem ser adequadas e reforçadas "as respostas de proximidade e não presenciais, garantindo a necessária resposta aos utentes", nomeadamente com consultas à distância e consultas descentralizadas dos hospitais e aumento dos cuidados no domícilio.

O plano traça três cenários de evolução da epidemia de covid-19, prevendo medidas para cada um.

Caso a epidemia se agrave,  a DGS indica que deve ser garantida a resposta a doentes urgentes e dada prioridade a população mais vulnerável. "Garantir uma comunicação eficaz, informativa, centralizada e tranquilizadora" e "garantir o uso eficiente e reposição da reserva estratégica".

Neste cenário de "mitigação" fica também prevista a mobilização de "equipas de apoio regional pela Autoridade de Saúde Regional, e recrutamento extraordinário de outros recursos humanos e materiais, com fim à realização de inquéritos epidemiológicos" e que poderá ser reforçada a adoção generalizada das medidas não farmacológicas.

O documento não refere nenhuma medida específica para as urgências além da manutenção das áreas dedicadas a doentes com sintomas respiratórios nem prevê articulação com o setor privado e social.

"O Referencial pretende orientar a operacionalização da resposta ao nível regional e local e assenta em seis linhas estratégicas: vigilância e intervenção em Saúde Pública; vacinação; gestão de casos; resposta intersetoriale literacia e omunicação", informou a Direção Geral da Saúde, ao tornar público o documento. 

"Dirigido às entidades do Ministério da Saúde, o documento não substitui os planos específicos de reforço da capacidade de resposta e recuperação do sistema de saúde e do Serviço Nacional de Saúde." 

Consulte o documento na íntegra.