Polémica com símbolo da foice e martelo. “Não passa de uma obra de arte”

A homenagem dá-se 60 anos após Gagarin ter ido ao espaço ao serviço da União Soviética. Mas nem todos a compreendem. 

«Estão a fazer uma tempestade num copo de água, em vez de olharem para as boas práticas que são feitas», defende o CEO do Taguspark, Eduardo Correia, a propósito dos comentários depreciativos ao longo desta semana sobre o busto do primeiro homem no espaço, Yuri Gagarin, inaugurado no passado domingo no Taguspark, em Oeiras. 

A homenagem dá-se 60 anos após Gagarin ter ido ao espaço ao serviço da União Soviética. Mas nem todos a compreendem, defendendo existirem «simpatias» políticas por trás da iniciativa. José Milhazes, num artigo de opinião publicado no Observador, refere-se ao memorial como «vergonhoso» devido ao «enorme paralelepípedo vermelho com a simbologia comunista no centro». No programa Ideias Feitas da rádio Observador, Alberto Gonçalves «vai mais longe», afirmando que «o município de Oeiras, entendeu por bem que o busto ficasse em cima de uma espécie de pedestal decorado com o símbolo da União Soviética, do Comunismo, do nosso querido PCP». «Aí é que já começa a ser estranho. O município de Oeiras é presidido pelo senhor Isaltino Morais que, com muitas complicações que a sua vida pública tem tido, não é suspeito de ser comunista», afirmou. 

Ao telefone com o Nascer do SOL, Eduardo Correia esclarece que se trata de «uma peça pertencente a um museu de arte urbana». «Portanto, é de arte que se trata. Não passa de uma obra de arte. Estamos perante uma expressão artística que não tem atrás de si, nenhuma conotação de apoio ao que quer que seja», esclarece, acrescentando que, por outro lado, «é a bandeira que aquele cosmonauta carregou consigo». «Estas reações fazem-me lembrar aquelas que temos visto por aí de radicais de esquerda a quererem eliminar sinais da história portuguesa. Há todo um conjunto de forças políticas ou representantes de forças políticas a incentivar a destruição de alguns sinais da nossa história. Acho isso sectário!», frisou. Para Eduardo Correia, esta situação é «chocante» e está assente «na falta de rigor e profissionalismo de jornalistas e colunistas que fazem o seu trabalho com superficialidade».