Australianos voltam a ver os seus, Tailândia e Israel sonham com o turismo

Meses após as fronteiras fecharem, o aeroporto de Sydney encheu-se de lágrimas e alegria. A Tailândia quer voltar a ser destino de topo e as regras israelita são uma confusão, “espetáculo de horrores”.

A Austrália, Tailândia e Israel, que tinham imposto estritas medidas de controlo das suas fronteiras, após controlarem a pandemia no seu território, abriram as suas portas ao mundo esta segunda-feira. Residentes na Austrália presos no estrangeiro puderam finalmente regressar a casa sem fazer quarentena, desde que estejam vacinados, e reunir-se com os seus entes queridos, enquanto turistas começavam a chegar à Tailândia e Israel.

No aeroporto de Sydney, quando chegaram os primeiros voos, logo às seis horas da manhã, a ansiedade rapidamente deu lugar às lágrimas e ao alívio. “Tenho de ir buscar a minha filha, tenho de a abraçar”, gritou uma mulher, ouvida pelo Guardian Australia, enquanto avançava de rompante, abrindo caminho por entre a multidão nas chegadas.  

“Havia imensa gente neste avião que têm entes queridos prestes a morrer, ou que morreram esta semana, por isso puderem sair do avião e vê-los imediatamente é incrível”, notou Carlie Boyd, residente em Nova Iorque. Foi uma das primeiras australianas a pôr os pés na sua terra, conseguindo regressar pela primeira vez em quase três anos, não tendo conseguir comprar um bilhete de avião até agora devido à lotação nas quarentenas. Tinha à sua espera os seus irmãos, com balões na mão, e um cartaz onde se lia: “Bem-vinda a casa”.

“Este é um dia para celebrar”, assegurou Josh Frydenberg, secretário do Tesouro australiano, em declarações ao canal ABC. “Os australianos podem-se deslocar mais livremente para dentro ou fora do nosso país sem quarentena em casa, se tiverem duas doses da vacina”.   

A medida, aplicada apenas nos nos estados de Vitória, Nova Gales do Sul – que estão com taxas de vacinação elevadas, acima dos 80%, entre maiores de 16 anos – e no Território da Capital Australiana, é uma benesse para os cerca de 47 mil australianos no fora do país que pretendem regressar, segundo os dados do ministério dos Negócios Estrangeiros. 

Quanto aos turistas curiosos com a grande barreira de coral, que querem ver cangurus, coalas, as longas extensões de deserto australiano, ou experienciar a vida em Sydney e Melbourne, terão de esperar mais algum tempo. Só foram permitidos turistas vacinados vindos da vizinha Nova Zelândia, algo que se estenderá aos cidadãos de Singapura a partir de 21 de novembro. 

Já na Tailândia, um dos mais populares destinos turísticos, recebeu mais de 1500 de visitantes esta segunda-feira, para uma estadia sem quarentena, estando contemplados na medida turistas oriundos de mais de 60 países, incluindo países europeus, como Portugal, assim como os EUA e a China.

“De momento, na Europa está bastante frio, por isso decidimos vir para aqui”, explicou Simon Raithel, um turista alemão, que planeia dirigir-se às ilhas no sul da Tailândia, à Reuters. 

No que toca a Israel, as medidas não suscitaram grande entusiasmo. Só foi permitida entrada a turistas que tenham tomado a vacina há menos de seis meses, ou tomado o reforço. Não há sequer exceção para crianças que tenham imunidade natural por contrair covid-19 – exceto para crianças oriundas de países da UE e do Reino Unido, que produzem certificados digitais de imunidade. 

Na prática, as regras israelitas são uma confusão, “um espetáculo de horrores”, descreveu Ariella Bernstein, ativista de uma organização de apoio a imigrantes, citada pelo Haaretz.