Confederação do turismo quer quadro político estável para economia crescer

Entidade liderada por Francisco Calheiros acredita que 2022 vai marcar o início da recuperação e em 2023 atingirá níveis próximos da pré-pandemia. E lembra que há instrumentos financeiros que nunca saíram do papel

“É desejável para as empresas que os próximos meses resultem num quadro de estabilidade social e económica que permita que um próximo Governo promova as reformas que são necessárias ao País e se assegure o crescimento da economia”. O apelo é feito pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP) que, ainda assim, garante que respeita as instituições democráticas e que olha para o atual momento político com serenidade. 

“Ninguém desejava uma crise política, quando a pandemia ainda não está debelada e o país enfrenta uma escalada dos preços da eletricidade e dos combustíveis. O importante agora é que se consiga um quadro político suficientemente estável, em termos de Governo, que assegure o crescimento da economia nacional”, afirma Francisco Calheiros, presidente da CTP.

Já em relação ao setor que representa defende que se mantenha a recuperação da atividade turística, alegando que “é necessário que as empresas estejam preparadas e sobretudo estejam capitalizadas para fazer face aos desafios que se colocam”. E face a esse cenário alerta: “Há medidas fundamentais de capitalização das empresas, instrumentos financeiros, que não saíram do papel e que devem ser prioridade absoluta do próximo Governo”.

Apesar desta fase de instabilidade política, Francisco Calheiros acredita que “o ano de 2022 marcará o início da recuperação do turismo e em 2023 estaremos próximos do cenário pré pandemia”, no entanto, admite que “tal aconteça têm de chegar às empresas com urgência os apoios já aprovados”. E vai mais longe: “É preciso que os apoios previstos a nível do PRR, nomeadamente as verbas canalizadas para o Programa Recuperar o Turismo, cheguem efetivamente às empresas”.

A CTP garante que as empresas deixaram de ter receitas desde o início da pandemia e muitas delas só agora é que começam a recuperar, mas muito lentamente, e tendo de sofrer nos últimos meses os impactos do aumento dos seus custos com matérias-primas, tendo em conta por exemplo a subida de preços da energia e dos combustíveis. “Daí a urgência de chegarem às empresas os apoios já aprovados, medida que não tem de estar dependente das circunstâncias políticas atuais”, conclui.