Apesar de ninguém notar, Macron mudou a cor da bandeira de França. Porquê?

Em causa está o “desejo de reconexão” com a bandeira de 1793, o símbolo da Revolução Francesa.

A mudança foi subtil e passou despercebida ao longo do último ano, mas aconteceu – Emmanuel Macron, Presidente de França, decidiu mudar a cor da bandeira do país.

As cores azul, branco e vermelho continuam a simbolizar o país gaulês, contudo, na bandeira exposta no Palácio do Eliseu, o azul passou de um azul-claro para um azul-marinho. Em causa, explica o canal Europe 1, está o “desejo de reconexão” com a bandeira de 1793, o símbolo da Revolução Francesa.

Isto porque, até 1976, a bandeira francesa tinha um azul mais escuro. No entanto, nesse ano, durante a presidência de Giscard d’Estaing, o país começou a utilizar o azul mais claro para combinar com o azul da bandeira da União Europeia por “razões estéticas”, uma vez que as bandeiras francesa e europeia eram colocadas frequentemente lado a lado.

À AFP, esta segunda-feira, uma fonte presidencial explicou que a mudança começou a ser subtilmente realizada em 2018: primeiro em discursos de Macron, depois no Palácio do Eliseu e há cerca de um ano, em julho de 2020, as bandeiras começaram a ser trocadas noutros edifícios do Estado, apesar de instituições como ministérios e escolas não serem obrigadas a mudar a bandeira.

O azul-marinho “evoca a memória” dos heróis que lutaram na Revolução Francesa, nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial e na Resistência durante a Segunda Guerra Mundial, explica ainda a fonte. Além disso, o azul-marinho é considerado “mais elegante”.

A mudança começou a ser notada após a publicação do livro ‘Eliseu Confidencial’, lançado recentemente pelos jornalistas Eliot Blondet e Pual Larrouturou, que revelaram que a decisão foi fortemente apoiada pelo diretor de operações do Palácio do Eliseu, Arnaud Jolens.

“Giscard mudou este azul por razões estéticas durante a integração na Europa, mas a bandeira que todos os Presidentes levaram consigo não era a verdadeira bandeira francesa”, explicou Jolens, lembrando que a bandeira exposta no Arco do Triunfo sempre foi a mais escura.