Junta militar reconduz PM sudanês no seu posto

Abdalla Hamdok, derrubado no golpe de Estado do mês passado, será libertado junto com outros prisioneiros políticos. Ainda não se sabe exatamente tudo o que os militares exigiram em troca. 

O primeiro-ministro sudanês, Abdalla Hamdok, derrubado num golpe de Estado o mês passado e colocado em prisão domiciliária, deverá regressar ao seu posto após chegar a um acordo com o militares, avançou a Al Jazeera, este domingo. Também deverão ser libertados os ministros detidos no golpe, bem como outros prisioneiros políticos.

O acordo alcançado foi que o primeiro-ministro voltaria ao seu posto, mas liderando um Governo diferente, composto por tecnocratas, com o dedo dos militares na sua escolha. Entretanto, nos protestos contra o golpe, que pôs fim a uma transição em que o poder era dividido entre militares e civis, já foram mortos pelo menos 40 manifestantes.

Não é claro que outras condições terão sido colocadas para a libertação de Hamdok. Mas analistas têm apontado como motivo do golpe o receio das chefias militares – as mesmas dos tempos de Omar al-Bashir, até serem pressionadas por protestos maciços a derrubá-lo – de serem alvo de investigações quanto aos massacres no tempo da ditadura, pretendendo conseguir uma amnistia geral, que fora recusada pelos civis antes do golpe.