Já não há palavras

Na nossa sociedade das liberdades, o interesse pela História e as civilizações, e a sua indispensável aplicação no conhecimento e na análise política, são perversamente confundidos pelos cruzados liberticidas do fascismo de esquerda e de direita com ‘preferências políticas’.

0.A declaração sensata, corajosa e honesta de Joe Biden de que «os EUA não apoiam a independência de Taiwan», voltando ao princípio do compromisso, fará baixar a tensão no Mar da China e entre as duas potências. Como escrevi no meu artigo Que segredos são estes da natura.

E faço uma pausa na série de artigos sobre a China, para voltar à nossa factualidade.
 
1. O impossível aconteceu. Cinco horas ao frio. O país onde se apanha gripe na fila para a vacina da covid. É o que acontece a inúmeros portugueses todos os dias, como até as televisões mostram.

Como é que em menos de um mês, herdando tudo devidamente pensado, planificado, operativo, oleado, esta DGS e os seus conseguiram desorganizar tudo e todos, destruir a eficiência e o zelo de funcionários afinal admiráveis, a quem o almirante criara condições para demonstrarem as suas qualidades?

E como é mantida na DGS uma pessoa desde o início tão visivelmente incompetente para as responsabilidades que assumiu? E indiferente aos erros e omissões que continua teimosamente a repetir, não os querendo reconhecer e emendar?
 
2. Teimosia e persistência. Teimosia é não ouvir o outro. Teimosia não tem nada que ver com persistência.

Particularmente, a persistência sine qua non do espírito científico, do verdadeiro cientista, que sem ela nunca chegaria a nada. Persistência na avaliação dos resultados, na autoavaliação implacável no pensamento e da ação, na abertura estelar a todas as contribuições, argumentos e experiências.

Persistência, muitas vezes, de uma vida. Que leva alguns cientistas – embora raros – a abrir uma janelinha por onde o percurso interminável da ciência a sério passará. Alguns que tiveram a ‘sorte’ – e a sorte, de facto – de terem olhado para o lado certo, e persistiram na procura.
 
3. Análise política e ideologia. Na nossa sociedade das liberdades, o interesse pela História e as civilizações, e a sua indispensável aplicação no conhecimento e na análise política, são perversamente confundidos pelos cruzados liberticidas do fascismo de esquerda e de direita com ‘preferências políticas’. É uma atitude que o país paga em inteligência, progresso e liberdade.
 
4. O Chega é cada vez mais Povo. Terá cada vez mais o povo com ele, dizia-nos um amigo num almoço de amigos (cada um melhor do que os outros, como diria genialmente Marx, o Groucho). Viram o povo a cantar o hino da Pátria no estádio do Benfica?

Assim não falhem André Ventura, com Diogo Ramada Curto, Mithá Ribeiro e outras e outros, que nem sei o nome de mais ninguém. Ocorre-me Sá Carneiro e o que sussurrava para Snu Abecasis nos comícios: «Como havemos de controlar esta canalha?». Igual à do PS. O que me apazigua pensar que leem os que continuam a adiar Portugal…
 
5. Margarida Cardoso, no Expresso. «Há quem acredite que Portugal vai finalmente surfar uma onda de milhões de euros de investimentos para voltar a ser uma potência mundial no mar na nova era da digitalização, descarbonização e circularização».

Sim, mas… e o Estado invasivo, atabafador, extorsor? E os políticos, fatidicamente os mesmos? Há, de facto, ‘dirigentes’ e políticos que onde tocam fazem logo… lixo.
 
6. IL, o nome e a coisa. Claro que a IL, se souber o que é, isto é, se nele coincidirem o nome e a coisa, é de esquerda, hoje diríamos de centro-esquerda liberal. Liberais como a única democracia verdadeira.
Foram os iliberalismos, os comunismos, que falsificando a História e lavando cérebros, meteram o liberalismo na direita. Até na direita fascista. Os mesmos que inventaram a mentira da ‘democracia popular’.
 
7. Presente e futuro próximo de Portugal. No século passado, era esmagadoramente a esquerda que lia. A direita quase não lia. E daí a pobreza de ideias que ontem reduziu o pensamento da direita e hoje reduz o pensamento também da esquerda. E limita o debate de ideias a um simulacro. Ouve-se para responder, não para pensar.
As universidades, que nunca leram como deviam, hoje não leem. A escola, matriz de tudo, só ensina a ‘ler’ quanto baste para castrar os miúdos, agora nos delírios liberticidas.

Espere-se pelas experiências nazis, que em breve virão também nas creches tornadas obrigatórias. Porque é preciso começar a lavagem aos cérebros ainda mais cedo.

Não há palavras para dizer tanta e tal indignação.