Peixe-lua com quase três toneladas encontrado sem vida no porto da Horta nos Açores

O exemplar recolhido é “de grandes dimensões”, com 2.740 quilos, tendo quase o tamanho semelhante ao maior indivíduo desta espécie descoberto em todo o mundo, que pesava também cerca de três toneladas. 

Foi encontrado sem vida um peixe-lua (Mola Mola) com quase três toneladas de peso à entrada do porto da Horta, nos Açores. Os biólogos estão agora a estudar as causas da morte. 

De acordo com o biólogo marinho na Universidade dos Açores, Pedro Afonso, explicou à agencia Lusa, esta sexta-feira, o animal já "estava morto quando foi encontrado, aqui na superfície do porto da Horta" e que o exemplar recolhido é "de grandes dimensões", com 2.740 quilos, tendo quase o tamanho semelhante ao maior indivíduo desta espécie descoberto em todo o mundo, que pesava também cerca de três toneladas. 

As causas da morte estão por determinar. Apenas se sabe que o peixe-lua apresentava um corte na parte frontal da cabeça, que poderá indiciar uma possível colisão com alguma embarcação, apontou Pedro Afonso. 

"Estamos ainda a tentar saber, um pouco melhor, o que é que se passou. Verificámos que havia uma contusão grande na zona frontal, por cima da cabeça, que provavelmente poderá indicar uma colisão. Se essa colisão ocorreu antes ou depois da morte, é um pouco difícil, nesta altura, de determinar", observou o biólogo. 

No entanto, segundo o biólogo as colisões de peixes deste porte com embarcações de lazer, de pesca, de transporte de passageiros ou de mercadorias, "é extremamente raro" nos mares dos Açores.

"A verdade é que estes peixes-lua são conhecidos por fazerem, durante o dia, um comportamento em que se colocam de lado, à superfície, numa espécie de natação letárgica, e também poderá ter acontecido que, nestas situações, haja mais probabilidade de existirem colisões", esclareceu. 

Já outro biólogo da Universidade dos Açores, Christophe Pharm, indicou à mesma agência que foram retirados o estômago e o intestino do peixe-lua para análise, com o intuito de perceber se ingeriu lixo ou plástico que possa ter causado a sua morte.

O peixe-lua foi, entretanto, enterrado, prevendo-se que a sua estrutura óssea possa vir a ser recuperada, daqui a alguns anos, para posterior exibição na Fábrica a Baleia de Porto Pim, na cidade da Horta.