Novobanco. Aumento de capital aprovado, Estado fica com 1,56%

A operação irá ocorrer na próxima sexta-feira e irá elevar o capital do banco liderado por António Ramalho para mais de seis mil milhões. 

O novobanco vai levar a cabo um aumento de capital no valor de 154,9 milhões de euros devido à conversão de créditos tributários em novas ações. Com esta operação, o Fundo de Resolução verá a sua participação reduzida para 23,44%, já o Estado vai entrar no capital da instituição financeira com uma participação de 1,56%. A informação foi avançada pela instituição financeira liderada por António Ramalho em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliária, após a reunião do conselho de administração executivo e da Assembleia Geral de acionistas extraordinária realizadas ontem. 

“Foi aprovado um aumento de capital decorrente da conversão dos direitos de conversão relativos ao ano fiscal de 2015, emitidos ao abrigo do regime especial aplicável aos ativos por impostos diferidos aprovado pela Lei n.º 61/2014, de 26 de agosto”, acrescentando ainda que “este aumento de capital do novobanco é realizado na modalidade de incorporação de reservas e no montante de 154,9 milhões de euros, através da emissão de mais de 154 milhões de novas ações ordinárias representativas de 1,56% do seu capital social e que são atribuídas ao Estado Português por efeito do referido regime”.

Com esta operação, que irá ocorrer a 17 de dezembro, o capital social do novobanco fixa-se em mais de seis mil milhões de euros. “Com este aumento de capital e por efeito dos acordos celebrados entre o Fundo de Resolução e o acionista Lone Star no contexto da venda de 75% do capital social do novobanco, apenas o Fundo de Resolução verá a sua participação diluída”. 

Isto significa que, no caso de assistirmos a uma eventual alienação do banco no futuro, o Fundo de Resolução irá receber menos dinheiro face à redução da sua posição. Já o poderá dar direito a dividendos, no caso de estes existirem. 

Recorde-se que o novobanco registou lucros de 154,1 milhões de euros até ao terceiro trimestre do ano, o que representa uma melhoria face aos prejuízos de 853,1 milhões registados no mesmo período do ano passado. “É o terceiro trimestre consecutivo de resultados positivos. Estamos na rota da rentabilidade, de crescimento e preparados para apoiar as empresas e a economia portuguesa. É um virar de página agora também assente numa nova imagem de marca. Os resultados positivos demonstram o crescimento do negócio sustentável com o produto bancário comercial a crescer 6,8%, ao mesmo tempo que os custos operativos caem 3,9%”, revelou António Ramalho, na apresentação de resultados. 

Ainda esta semana, a instituição financeira revelou que emitiu dívida sénior preferencial no valor de 275 milhões, com maturidade a 15 de setembro de 2023 e opção de reembolso antecipado pelo banco a 15 de setembro de 2022. “As obrigações têm uma taxa de juro anual de 4,25%”, acrescentando que a emissão, de colocação privada, foi colocada junto de investidores institucionais internacionais.