Portugal retribui gesto e oferece apoio no combate à covid-19 à Alemanha

Perante a pressão que se vive nos cuidados intensivos do país, Ministério da Defesa confirma que já foi disponibilizada ajuda, que poderia incluir envio de equipa de saúde militar como os alemães fizeram em fevereiro.

Portugal disponibilizou ajuda ao Governo alemão para lidar com a pressão que se tem vivido nas unidades de cuidados intensivos do país, que no final de novembro levou alguns hospitais a transferir doentes para os Países Baixos. Na altura, o i questionou o Ministério da Defesa sobre se estava a ser equacionado o envio de apoio à semelhança da ajuda prestada a Portugal em fevereiro por militares alemães. A confirmação de que a ajuda foi disponibilizada chegou esta quarta-feira do gabinete de João Gomes Cravinho. “Portugal manifestou a sua disponibilidade para apoiar a Alemanha no âmbito da resposta à pandemia de covid-19 naquele país, seja no acolhimento em Portugal de doentes que carecem de hospitalização em UCI, seja no envio para a Alemanha de uma equipa de médicos e enfermeiros. Está em apreciação, pelas autoridades alemãs, o tipo de ajuda de que poderão vir a necessitar da parte das Forças Armadas portuguesas ou do SNS”, informou o ministério.

Segundo o i apurou, a disponibilidade foi demonstrada no final de novembro. Entretanto o novo Governo alemão iniciou funções, estando Portugal a aguardar indicações sobre a necessidade de apoio e em que moldes. A equipa de médicos e enfermeiros a enviar para a Alemanha seria, tal como a que esteve em Portugal, constituída por militares. Em fevereiro, uma equipa de 26 militares alemães ficou encarregue de uma ala de cuidados intensivos no Hospital da Luz para onde foram transferidos doentes do SNS. A missão durou até 23 de março e foram tratados 16 doentes. Na altura, o SNS chegou a ter 900 doentes com covid-19 internados em UCI, um pico de pressão que a Alemanha não enfrentou em vagas anteriores da pandemia. Apesar de ser dos países com mais camas de UCI, segundo a imprensa alemã o país confronta-se com a falta de recursos humanos, carência que a pandemia pôs a nu nos sistemas de saúde de vários países europeus, Portugal incluído.