BCE. Inflação na zona euro será de 3,2% em 2022 mas depois abranda

“Inflação deverá permanecer elevada no curto prazo, mas deverá abrandar durante o curso do próximo ano”, diz Christine Lagarde.

A taxa de inflação da zona euro vai acelerar de 2,6% este ano para 3,2% no próximo. Estas são as previsões do Banco Central Europeu (BCE) que acredita, no entanto que a taxa vai desacelerar ao longo de 2022. Já para 2023, as previsões apontam para que a taxa de inflação fique nos 1,8%.

Os números foram avançados pela presidente do BCE, Christine Lagarde, com base nas projeções macroeconómicas da equipa do Eurosistema, onde acrescentou que “a inflação, excluindo a comida e energia, deverá ficar numa média de 1,4% em 2021, 1,9% em 2022, 1,7% em 2023 e 1,8% em 2024, também mais alta do que nas projeções de setembro”. E referiu ainda: “A inflação deverá permanecer elevada no curto prazo, mas deverá abrandar durante o curso do próximo ano” e “as previsões de inflação foram revistas em alta, mas ainda se projeta que a inflação estabilize abaixo do objetivo de 2% no horizonte de projeção”.

Em setembro, o BCE tinha previsto que a inflação ficaria nos 2,2% em 2021, 1,7% em 2022 e 1,5% em 2023.

No que diz respeito ao crescimento na zona euro, as previsões são mais negativas. “As nossas projeções, da equipa do Eurosistema, preveem um crescimento real do PIB [produto interno bruto] de 5,1% em 2021, 4,2% em 2022, 2,9% em 2023 e 1,6% em 2024”, avançou a presidente do BCE, acrescentando que, “comparado com as previsões de setembro, as perspetivas foram revistas em baixa para 2022 e em alta para 2023”, ano para o qual o BCE previa um crescimento económico de 2,1% em setembro.

Compra de ativos Ainda esta quinta-feira, o BCE anunciou que vai terminar a compra de ativos ao abrigo do Programa de Compras de Emergência Pandémica (PEPP) em março, mas vai reforçar o programa normal. “No primeiro trimestre de 2022, o Conselho de Governadores espera conduzir as compras de ativos ao abrigo do Programa de Compras de Emergência Pandémica (PEPP) a um ritmo mais baixo que no trimestre anterior. Vai descontinuar as compras de ativos ao abrigo do PEPP no final de março de 2022”, lê-se em comunicado.

A mesma nota diz que haverá um reforço das compras ao abrigo do programa de compra de ativos normal (APP). “Em linha com a redução gradual na compra de ativos e para assegurar que a política monetária permanece consistente com a estabilização da inflação no seu objetivo no médio prazo, o Conselho de Governadores decidiu num ritmo de compras mensal de 40 mil milhões de euros no segundo trimestre e 30 mil milhões de euros no terceiro trimestre”.

Para o final do ano, em outubro de 2022, o BCE diz que vai “manter as compras de ativos ao abrigo do APP a um ritmo mensal de 20 mil milhões enquanto for necessário para reforçar o impacto acomodatício das suas políticas de taxas de juro”.

Além disso, o Conselho de Governadores decidiu ainda manter inalteradas as taxas de juro.

Taxas de juro Ainda esta semana a Reserva Federal norte-americana (Fed) disse que prevê aumentar a taxa de juro de referência três vezes durante o próximo ano, enquanto acelera redução dos estímulos lançados para combater a pandemia.

Sobre a inflação, o presidente da Fed, Jerome Powell, admitiu que a inflação nos EUA é “generalizada” em todos os setores e que se deve manter acima do objetivo da instituição (2%) “até bem dentro de 2022”.